O PT enfrenta uma verdadeira saia-justa com os movimentos sociais na organização do ato do dia 20 de agosto, que os petistas queriam que fosse uma resposta ao protesto agendado para o domingo. O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, não assinou o manifesto do ato, que, além de defender “direitos sociais, liberdade e democracia”, ataca a política econômica do governo.
“Contra o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise!”, diz o texto assinado por Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), União Nacional dos Estudantes (UNE), as centrais sindicais CUT, CTB e Intersindical e outros movimentos. PT, PCdoB e PSOL participaram da preparação, mas apenas os socialistas assinaram o documento.
— Estão dizendo que o protesto do dia 16 é “fora Dilma” e o do dia 20 é “fica Dilma”. Não é isso. O dia 20 não é um ato chapa branca, para defender o governo — disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST, para quem o protesto trará “dois recados”, um para o governo e outro de “que não vamos aceitar, em nome da insatisfação com o governo Dilma, que setores políticos pratiquem golpe”.
Apesar de considerar que “o fora Dilma não é a solução”, Boulos não deixa de criticar o governo. Seu movimento é o que mais tem promovido manifestações nos centros urbanos, sempre centradas na reivindicação por moradia.
O PT tem tentado dialogar com os movimentos sociais como uma forma de estancar a desaprovação da presidente Dilma, mas esbarra, sobretudo, na política econômica do governo, condenada pelos movimentos.
— O PT sequer assinou o manifesto — disse Boulos, que completou: — O problema do governo Dilma é que, quanto mais ele é emparedado pela direita, mais ele pende para a direita. Parece síndrome de Estocolmo.
Alberto Cantalice, vice-presidente do PT e que cuida das redes sociais da legenda, disse que seu partido é um “apoiador” da manifestação e que vai continuar a “convocatória do evento”. A deputada Jandira Feghali, que representa o PCdoB na organização do protesto, disse que seu partido não assinou o manifesto para a “sociedade ter mais autonomia”.
REAÇÃO AO PROTESTO
Depois de montar uma “vigília” no Instituto Lula, em São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC organiza para o domingo, dia do ato contra o governo, uma “plenária sindical” diante do prédio que, há duas semanas, foi alvo de uma bomba caseira. O Globo / Blog do BG
Nenhum comentário:
Postar um comentário