A atleta ficou tetraplégica após acidente em treino com esqui. Mas exibe bom humor e pensa em se tornar ou paratleta ou comentarista de ginástica ou esqui
Lais Souza: 'Tenho momentos ruins, mas preciso de energia para melhorar, nada é fácil'(Rodrigo Antonio/VEJA)
A ex-ginasta e ex-esquiadora Lais Souza participou nesta terça-feira dos debates olímpicos promovidos pela Abril no Rio, projeto da editora Abril para os Jogos Olímpicos de 2016. Alegre e espontânea, com tiradas cheias de humor, Lais deu detalhes do acidente que a deixou tetraplégica, há um ano e sete meses, durante um treino de esqui nos Estados Unidos. Ela falou sobre as dificuldades de viver em uma cadeira de rodas, da importância do auxílio de seu cuidador e dos familiares, dos avanços em sua recuperação, e do seu futuro, que deve ter o esporte como centro, seja competindo ou como comentarista. "Não tenho muitas opções, mas tenho pensado bastante em ser paratleta, conheci há pouco tempo a bocha adaptada. E também penso em trabalhar como comentarista de ginástica ou esqui, ou os dois né? Por que não?", disse Laís, em São Paulo.
Ela não se constrange em nenhum momento em falar do acidente. "Aconteceu quando treinava velocidade e freada na neve, a uns 70 km/h, perdi o timing, não sei extamente o que aconteceu...", contou Lais sobre o momento em que se chocou contra uma árvore, em Salt Lake City, onde treinava para os Jogos de Inverno de Sochi, em 27 de abril de 2014. Aos 26 anos, Lais contou que ter sobrevivido ao acidente foi "a vitória mais importante de sua carreira" e disse estar respondendo bem aos tratamentos. "Depois de aplicação de células-tronco nos Estados Unidos, tenho mais sensibilidade no corpo."
Lais não recuperou os movimentos dos membros inferiores e superiores, mas não perdeu as esperanças. "Acredito que vou me recuperar, nem que seja apenas num dedo. Acredito nisso", contou, exibindo a tatuagem em seu braço direito, que representa um cadeirante voltando a andar. Disse ser muito agitada, "espoleta", e revelou um de seus hobbies no momento - que ainda a ajuda no tratamento. "Para fortalecer o diafragma e respirar sozinha eu cantava muito na UTI." http://veja.abril.com.br
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