Época
Brasília – Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) afirmou neste sábado, 22, que a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de pedir ontem investigação de suposta prática de “atos ilícitos” na campanha que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em 2014 devolve a crise para o Palácio do Planalto.
Na quinta-feira, 19, Eduardo Cunha foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Nos bastidores, governistas comemoraram a acusação contra Cunha, o que poderia arrefecer a abertura de um eventual processo de impeachment contra Dilma no Congresso.
Para Lúcio Vieira Lima, a investigação requerida pelo ministro do TSE à Procuradoria-Geral da República, à Polícia Federal e à Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para apurar se houve irregularidades em doações eleitorais na campanha da presidente reeleita é mais um sinal de que o foco da crise política é o governo.
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“O Congresso também percebeu que a única tábua de salvação do Planalto, da presidenta, é desviar o foco”, afirmou o aliado de Cunha, defensor do rompimento imediato com o governo. “O Planalto hoje não tem argumentos, posições para sair da crise”, completou.
Temer
Vieira Lima saiu em defesa do vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, que foi citado em delação premiada do lobista Júlio Camargo. Segundo o delator, outro lobista, Fernando Soares, apelidado de Fernando Baiano, era conhecido por representar o PMDB, o que incluiria Temer, Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Para o deputado, a citação a Temer é um “tititi” que não atrapalha o vice-presidente de forma alguma. Embora conste de documentos que instruem a denúncia contra Cunha no STF, Vieira Lima disse que esse tipo de menção consolida a tese de que o PT e o Planalto trabalham sempre para desviar o foco. “Como sempre, tem que se apurar tudo, mas se pegar tudo o que disseram, aí tem que fechar o Brasil”, emendou.
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