O sobrenatural sempre atraiu a classe política brasileira. O antropólogo Gilberto Freyre relata no seu livro "Ordem e Progresso" a existência de uma "interpenetração" da ordem religiosa com a classe política, "através de promessas a santos da igreja com objetivos políticos; e também através de feitiços, despachos, bruxedos visando os mesmos fins".
Diz que muitos atribuíram a um "trabalho" tentativa de morte por envenenamento, com uma fritada, do governador de Pernambuco Barbosa Lima (1948-51) urdida por adversários com a ajuda de um cozinheiro.
No livro "Religiões do Rio", o escritor Paulo Barreto, conhecido como João do Rio, diz que havia uma intimidade entre "feiticeiros" com "as figuras mais salientes do País" no século XIX. Ele relata a existência de "partidos de feiticeiros africanos" que atuavam contra "feiticeiros brasileiros" e até presidentes da República eram alvos dos "trabalhos".
No livro "Candomblés da Bahia", o etnólogo Edison Carneiro conta o caso da mãe de santo Silvana, do terreiro Viva Deus, que foi contratada por políticos por 12 contos de réis para fazer um trabalho visando matar Ruy Barbosa.
"Silvana ter-se-ia dirigido ao seu orixá, explicando-lhe que, tendo empenhado a palavra não poderia recuar, ao que o 'encantado' respondera com anúncio de sua própria morte, em seguida à do conselheiro. Mulher de palavra, Silvana teria cumprido o prometido: 'matou Ruy Barbosa, mas viajou também", escreveu Carneiro. http://atarde.uol.com.br
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