Foto: FolhaPress/KarimeXavier
Emerson Ferreira é o exemplo de que é possível sair do submundo das drogas e construir uma vida legal, para se orgulhar.
Condenado por tráfico de drogas e associação ao tráfico, o ex-detento de 27 anos hoje está no quarto ano de psicologia na Universidade de Guarulhos, em SP e participa de um grupo universitário que busca saídas para situação carcerária brasileira.
O GDUCC - Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere- Comunidade - faz encontros semanais entre presos e universitários. Emerson coordena o grupo.
História
Filho de cozinheiros, com poucas condições financeiras, ele admite que na época optou pelo caminho mais rápido e ilegal: o tráfico de drogas.
Ficou preso 2008 a 2012. Quando saiu correu imediatamente atrás do seu sonho: a universidade.
Estudou e conseguiu entrar no mesmo ano.
Em 2014 foi o primeiro ex-denteto a participar do GDUCC e de lá pra cá ampliou sua visão de mundo:
"No Brasil, prende-se muito, mas nada se ensina nas unidades prisionais, tanto que os índices de reincidência são altíssimos [70% em 2009, segundo o Conselho Nacional de Justiça]. Para piorar, vemos um movimento pela redução da maioridade penal. O sistema prisional está falido e, mesmo assim, queremos prender mais milhares de jovens? E o pior: queremos segregá-los num ambiente que leva a cometer novos crimes? A redução da maioridade penal é como apagar o fogo com gasolina. Não tem como resolver o problema atuando no efeito – isso é alimentar o problema. Precisamos investir em educação básica e reestruturar o sistema prisional. Continuarei trabalhando pela humanização do cárcere. Tenho um caminho longo pela frente – a batalha não chegou ao fim", informa.
Hoje Emerson ajuda a equipe a expandir o grupo para levar a iniciativa a outros Estados.
"Com isso, esperamos mostrar para todo o país que o melhor remédio não é a opressão do cárcere, mas a possibilidade de diálogo". alerta. Com informações da Folha
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