O quilo do fruto amazônico custa quase três vezes mais que o baiano. Para tentar virar esse jogo, produtores baianos criaram a marca Guaraná da Mata Atlântica, para competir com o Guaraná da Amazônia, preferido por indústrias de refrigerantes, farmacêuticas e importadores do extrato. Na disputa, duas cidades simbolizam os polos opostos.
No Amazonas, Maués, a 276 km de Manaus, é conhecida como a terra do guaraná e abriga uma unidade da Antarctica desde 1963. Do lado baiano, Taperoá, a 165 km de Salvador, quer tomar o título para si, já que, em quantidade, tornou-se a maior produtora mundial há mais de uma década.
“Não podemos tirar o mérito da origem do produto, mas eles não têm nossa qualidade e quantidade”, afirma Gerval Teófilo, secretário-executivo da Cadeia Produtiva do Guaraná da Bahia. Em 2011, Taperoá, que tem o guaraná como principal produto e produz cerca de um terço do fruto baiano, exportou R$ 145 mil. Três anos depois, foram R$ 14 milhões.
A Bahia responde hoje por 72,3% da produção nacional, ante 21,3% do Amazonas, com o Acre, Pará e Mato Grosso totalizando os 6,4% restantes. A safra de Maués começou a encolher há uma década, por falta de preparo dos produtores e pelas pragas.
Enquanto isso, no mercado, os baianos ganham terreno. José Alves dos Santos, presidente de uma cooperativa que produz 120 toneladas anuais em Valença (BA), vende quase um terço da produção para a Ambev, dona da marca Antarctica. A fabricante, em nota, afirma que “apenas em momentos pontuais de eventual desabastecimento” compra em regiões fora da Amazônia. (Fonte: Correio24h)
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