A inflação acumulada dos planos de saúde individuais, na série histórica de 2004 a 2015 (já considerando a estimativa de aumento dos contratos de saúde para este ano), foi quase duas vezes maior do que o reajuste total das aposentadorias do INSS acima do salário mínimo. Os cálculos são do economista Luciano D’Agostini, do Conselho Federal de Economia (Cofecon). Neste período, o aumento concedido aos segurados que ganham mais do que piso nacional (de R$ 788, atualmente) foi de 94,08%, enquanto os planos encareceram 172,49%.
— Mantendo-se a discrepância entre o aumento dos planos individuais e o reajuste dos aposentados que ganham acima do mínimo, em algum momento, a aposentadoria pagará apenas o plano de saúde — afirmou o especialista.
O motivo para a alta seria o aumento da população idosa no país. Segundo Luciano, as operadoras podem estar antecipando o cálculo atuarial, uma vez que, num futuro não muito distante (de sete a 12 anos), os planos de saúde terão seus custos ampliados, devido ao aumento da incidência de clientes que farão uso desse serviço.
— Com a idade mais avançada, o uso se torna maior, devido ao número de complicações — explicou o especialista.
Outro fator é que os custos com serviços médicos, odontológico e de enfermaria, hospitais e clínicas de fisioterapia foram maiores do que a inflação básica da economia e, neste quesito, existe um repasse aos usuários de planos de saúde.
Moacir Meirelles de Oliveira, vice-presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), afirma que, devido à defasagem nos benefícios do INSS ano após ano, é quase impossível um aposentado pagar um plano de saúde nos dias de hoje:
— É muito sacrifício. Nós temos, inclusive, uma pauta que será enviada, em breve, ao governo federal, pedindo que seja custeado um plano de saúde para aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Segundo Oliveira, um plano familiar (para marido, mulher e filho), contratado por um idoso, sai hoje por cerca de R$ 1.200:
— Como pagar isso por mês com o que a gente ganha?
O aposentado do INSS Salomão Leve, de 88 anos, tem plano de saúde particular, custeado pela filha:
— Meu benefício não dá para nada. Se não fosse ela, eu não teria, mas ficaria à mercê dos hospitais públicos. Fonte: Com informações do Extra* Por: Marilia Bezerra / http://180graus.com
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