BBC BRASIL - Um novo estudo, publicado na revista científica "Nature", afirma que encontrou uma utilidade real para homens: vantagens evolucionárias.
Como existem outros métodos de reprodução além do sexo e levando-se em conta que a contribuição masculina para o processo reprodutivo se resume apenas ao espermatozoide, muitos questionam se os homens poderiam ser descartados.
O sexo, apesar de apresentar muitas desvantagens como método de reprodução, é adotado por cerca de 3 milhões de espécies.
Isso ocorre mesmo com problemas como perda de tempo, esforço na busca de um parceiro adequado e a possibilidade de bons genes não serem passados para os descendentes --já que os dois pais contribuem com genes--, o que não é bom quando se fala em seleção natural.
Mas o estudo dos pesquisadores da Universidade East Anglia, no Reino Unido, aponta que a seleção sexual traz vantagens evolucionárias.
"Seleção sexual é uma força evolucionária poderosa que determina quem vai se reproduzir", disse à BBC o professor de ecologia evolucionária Matt Gage, que liderou a pesquisa.
Bons genes e besouros
Rituais de acasalamento ou plumagens e adereços para chamar a atenção de uma fêmea em uma espécie podem ser facilmente observados na natureza.
Mas esta pesquisa dá uma ideia melhor da importância evolucionária deste comportamento na sobrevivência das espécies.
Segundo os pesquisadores, a seleção sexual permite que bons genes sejam espalhados e combate a proliferação de genes considerados ruins.
Dessa maneira, a competição entre machos para a reprodução resulta em um benefício muito importante: a melhora da saúde genética da população, segundo Gage.
Para atrair parceiras, machos precisam competir contra os adversários na luta para se reproduzir e aqueles que são bons nesta competição tendem a ser bons na maioria das outras coisas.
Então, a seleção sexual fornece um filtro importante e eficaz para manter e melhorar a saúde genética da população, segundo os cientistas.
Para avaliar a importância da seleção sexual na evolução, os cientistas estudaram grupos diferentes de besouros castanhos em laboratório durante uma década.
A proporção entre machos e fêmeas variava nos diferentes grupos para que os cientistas se concentrassem na importância da competição.
Depois de sete anos, ou 50 gerações, os pesquisadores descobriram que os machos que competiam mais pelas fêmeas eram mais saudáveis e mais resistentes a doenças.
Mas os besouros que se reproduziam sem a necessidade de seleção sexual foram extintos depois de apenas dez gerações.
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