O progresso nunca para e, com a crescente escassez de terras livres nas grandes metrópoles do mundo, cedo ou tarde as velhas construções acabam tendo que abrir espaço para os novos prédios, shoppings e vias de trânsito – ou não. Exemplos de estruturas que resistem ao avanço das cidades e permanecem ao longo do tempo em meio a um ambiente com o qual no combinam não faltam, aliás.
Na China, essas construções receberam o apelido de “casas-prego”, em referência àqueles pregos fincados tão profundamente em um pedaço de madeira que se tornam quase impossíveis de remover. Embora a maioria delas eventualmente acabe sendo demolida, algumas permanecem até hoje como monumentos em homenagem a um passado que não pode mais ser vislumbrado ao seu redor.
A seguir, você pode conferir a história de algumas dessas residências e pequenos prédios cujos proprietários enfrentaram arduamente a marcha incansável do progresso, indo desde estruturas cortadas em pedaços e que pararam a construção de shoppings até a simpática casa que serviu de inspiração para a animação “Up – Altas Aventuras”.
1 – Província Fujian (China)
Quando um complexo de apartamentos pertence a um grupo diferente de famílias fica no caminho da construção de novas vias de trânsito, cabe ao governo comprar cada propriedade para poder abrir espaço. No entanto, o que acontece quando um dos donos se recusa a vender? No dessa residência, a solução foi derrubar todo o resto do prédio e deixar apenas o necessário para que os moradores possam permanecer.
2 – Chongqing (China)
A senhora Wu Ping se recusou a se mudar mesmo após todos os seus vizinhos terem vendido suas residências para abrir espaço a um novo shopping. Querendo pressioná-la a sair, os desenvolvedores escavar todo o terreno ao seu redor, mas ela teimou mesmo enquanto tinha que escalar uma colina de terra para chegar ao lar. Ela só cedeu quando a oferta de compensação chegou a um milhão de yuans mais um apartamento novo.
3 – Washington D.C. (Estados Unidos)
O proprietário dessa pequena casa, Austin L. Spriggs, ironicamente a utilizava como um escritório para sua empresa de arquitetura, mas se recusou a sequer negociar com os desenvolvedores dos futuros novos prédios da vizinhança. O dono do local só aceitou passar a propriedade adiante após receber uma oferta de US$ 800 mil de uma pessoa que pretende utilizar a estrutura para fazer um restaurante.
4 – Shanghai (China)
Nessa estrada que passa pela cidade de Shanghai há um ponto em que as vias são subitamente reduzidas para duas faixas para passarem ao redor da casa de Xu Jun. Para ele, aceitar a compensação oferecida pelo governo significa não somente vender sua casa por bem menos do que ela valia, mas também perder a receita vinda das pequenas lojas em seu piso térreo.
Ainda que a área tenha se tornado famosa pelos acidentes automobilísticos, Jun se recusou a pedir desculpa pela teimosia e afirmou que o governo estava conspirando com os desenvolvedores para enganar as famílias de classe média. Não se sabe se a casa acabou sendo demolida ou não.
5 – Kunming (China)
Ao iniciarem seu novo projeto na região, os desenvolvedores resolveram que não iriam pegar leve na hora de intimidar o teimoso proprietário da única estrutura restante. O senhor Zhao se negou a aceitar uma oferta desvalorizada pelo prédio onde vivia com sua mãe de 83 anos e os construtores resolveram então cavar um fosso ao redor do local, que interrompeu as conexões de água e eletricidade.
Depois de alguns dias, o buraco se encheu com água das chuvas e virou um verdadeiro lamaçal, que Zhao era forçado a atravessar para entrar e sair de casa. Embora a polícia tenha sido chamada para investigar a situação após um buraco de bala ter aparecido em uma das janelas, as fontes não deixam claro que fim levou o impasse.
6 – Wenling (China)
Por um tempo, os motoristas que cruzavam uma rodovia em Wenling, na China, eram forçados a contornar uma barreira bastante incomum: a casa de cinco andares de Luo Baogen. Depois que o dono do imóvel recusou diversas ofertas dos desenvolvedores, eles decidiram simplesmente fazer a via ao redor do prédio – certamente achando que o incômodo o levaria a mudar de ideia.
Embora tenha gasto o equivalente da US$ 95 mil para construir sua casa alguns anos antes da situação, Baogen acabou decidindo vendê-la por US$ 41 mil. A razão para a mudança, no entanto, não foi a presença da estrada em si, mas toda a atenção da imprensa que o impasse atraiu.
7 – Seattle (Estados Unidos)
Com três dos seus lados cercados por paredões de concreto, a pequena casa de Edith Macefield certamente parece fora de lugar. Na verdade, a construção já estava por lá há 108 anos quando os grandes prédios foram feitos ao seu redor e se tornou tão famosa que serviu de inspiração para a animação “Up – Altas Aventuras”, da Pixar.
Macefield comprou a casa na década de 1950 e viveu lá até sua morte em 2008, recusando até mesmo uma oferta de US$ 1 milhão mais uma casa nova e cuidados de uma enfermeira particular pelo resto de sua vida. Durante seus últimos anos de vida, a proprietária fez amizade com o superintendente da construção e deixou a posse da residência para ele, que ao invés de deixá-la ser demolida decidiu vendê-la para outra pessoa, transformando-a em um escritório.
Bônus – Tumba em Taiyun (China)
Quem disse que são somente as moradas dos vivos que podem ser consideradas “casas-prego”? Quando um enorme complexo residencial começou tomar forma no lugar onde antes ficava um cemitério, somente uma das covas permaneceu. A família do falecido recusou a oferta de compensação pela terra, afirmando que não conseguiam entender o motivo pelo qual os desenvolvedores tinham que fazer sua construção justamente naquele lugar.
E você, acha que os proprietários estão certos em lutar contra o progresso por aquilo é lhes pertence? Acredita que teimosia alguma vale o prejuíso que causam a outras pessoas? Deixe sua opinião nos comentários. FONTE(S) Web Urbanist/Steph*IMAGENS Web Urbanist*Web Urbanist
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