De repente, no meio do expediente, o celular emite um toque avisando que há um novo torpedo. Ao abrir, uma imagem de mulher seminua, em uma pose provocante, com um texto convidativo. Se isso soa como um comportamento de quem não tem o que fazer, saiba que este tipo de mensagem tem sido bem utilizado por casais para apimentar o relacionamento. E, de acordo com quem aderiu à brincadeira, a prática é altamente eficiente para aumentar a temperatura do sexo. Para Rachel Freire, 37, casada há sete anos, mandar e receber mensagens eróticas sempre foi uma diversão e, com a tecnologia, isso apenas ficou mais fácil. “Eu gosto de provocar e falar de sexo em alguns momentos do nosso dia, pois vai atiçando a vontade para o momento em que nos reencontramos”, revela. Ela confessa que adora se exibir para o marido. “É excitante, faço muitas fotos, vou testando meus melhores ângulos, destacando partes do corpo que ele mais gosta, como por exemplo, o bumbum. Procuro caprichar na sensualidade e isso também faz eu me sentir sexy”, destaca. Segundo Rachel, as fotos podem ser mais insinuantes ou, às vezes, escancaradas. No entanto, em situações mais expostas, ela procura ter o cuidado de não aparecer o rosto ou algo que possa identificá-la. “Gosto de brincar com as poses e até gravar vídeos, adoro saber que o deixo excitado”, confessa Rachel. O marido retribuiu com mensagens sacanas avisando o que irá fazer assim que ‘pegá-la’ e, para o casal, isso é uma diversão quase corriqueira. “Enviamos mensagens quase todos os dias, o que muda é a intensidade do conteúdo erótico”, conta. De acordo com o sexólogo João Luis Borzino, o sexting - termo de origem inglesa que une as palavras sex (sexo) + texting (mensagem de texto) – pode ser uma prática saudável, no entanto exige intimidade e confiança. “É uma brincadeira válida, mas deve ser sútil. A mulher pode fazer uma graça, com limite, sem se expor tanto. Afinal, nenhum relacionamento deve ser restrito ao sexo”, avalia. Além disso, Borzino considera que o envio de mensagens e imagens eróticas combina com relações mais duradouras. “Enviar este tipo de conteúdo para um parceiro que você mal conhece, pode ser um tiro no pé. Infelizmente, a sociedade ainda é muito machista e, tal atitude, pode ser mal avaliada pelo receptor”, alerta. No caso de Erika Martins, 33, casada há quase dez anos, a novidade só acrescentou. “Trabalhamos juntos e isso nos diverte, quebra a rotina e apimenta a relação. Chegamos a trocar mensagens eróticas sendo que um estava na frente do outro”, lembra. Ela e o marido preferem apostar em textos mais excitantes, e quando decidem mandar fotos, enviam apenas de partes íntimas, sem mostrar o rosto. “Fazemos isso umas três vezes por semana, para não virar rotina também. Creio que isso melhora 99% o relacionamento, deixando-o mais dinâmico”, confirma. Apesar dos riscos de exposição, muitos namorados – até mesmo casais há pouco tempo juntos – já apostam neste tipo de brincadeira. E o começo de relacionamento acaba incrementado com mensagens eróticas enviadas pelos aplicativos Whatsapp e Snapchat. Neste caso, o cuidado tem de ser maior, afinal enviar uma imagem íntima para uma pessoa que você mal conhece pode tornar-se viral. “Quando o casal ainda não conquistou intimidade, o sexting pode banalizar o relacionamento. Creio que existe uma precipitação e, neste caso, a imagem corre mais risco de ser compartilhada e vazar”, critica Borzino. Entretanto, Fabiana Gabriel, 29, defende que este tipo de mensagem deixa o relacionamento mais excitante. Por isso, ela aposta no sexting enviando textos e fotos para o rapaz que lhe agrada. “Toda mulher tem que fazer isso para o seu parceiro”, afirma. Seu cuidado é não mostrar o rosto ou algo que possa identificá-la, enviando fotos nuas ou com um lingerie mais sensual. Segundo ela, os homens aprovam e já teve parceiro que respondeu a mensagem com um vídeo se masturbando. Para ela, é importante ser safada, caso contrário, ele irá procurar outra que faça. Ela conta que está namorando há quase dois meses e, o casal, troca mensagens 24h. Já Fabiana Wrobel, 36, que namora há sete anos, prefere enviar fotos de cenas, casais ou algo mais erótico, porém de um banco de dados. “Não envio fotos minhas, mando textos cerca de duas vezes por semana sugerindo algo que podemos fazer. Por isso, a foto é apenas uma referência”, explica. Para ela, o risco disso vazar é uma preocupação, portanto, se tiver que mandar uma imagem pessoal, jamais mostrará o seu rosto. “Mas é bem excitante, e tais mensagens sempre funcionam como uma prévia do que vamos fazer juntos”, finaliza. (iG)
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