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domingo, 29 de março de 2015

Avaliação da saúde mental dos pilotos seria ineficaz

O rastreamento de problemas mentais em pilotos de companhias aéreas é muito raro, apesar das regulamentações - adotadas nos Estados Unidos, Europa e outros países - que dizem que a saúde mental deve fazer parte dos exames médicos regulares desses profissionais. Essa é a opinião de pilotos e especialistas em segurança ouvidos pela Associated Press. Fonte: com informações do G1

A queda do voo 9525 da Germanwings na França, que matou todas as 150 pessoas a bordo da aeronave, levantou questões sobre o estado mental do copiloto. Autoridades acreditam que o alemão de 28 anos deliberadamente buscou destruir o Airbus A320 enquanto voava, nesta terça-feira, de Barcelona a Dusseldorf.

Nos Estados Unidos, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) exige que os pilotos se submetam a um exame físico anualmente ou a cada seis meses, dependendo da idade do piloto. A Organização Internacional de Aviação Civil, agência da ONU que estabelece padrões globais de aviação, também exige que pilotos se submetam a exame médico periódico, que inclui uma avaliação mental.

Tecnicamente, médicos devem sondar a existência de problemas mentais, mas pilotos dizem que geralmente não é assim que funciona. "Realmente não há avaliação da saúde mental", diz John Gadzinski, capitão de uma companhia aérea importante dos Estados Unidos. Em 29 anos de profissão, ele nunca foi questionado sobre sua saúde mental pelos médicos.

Bob Kudwa, ex-piloto da companhia American Airlines e executivo que mantém sua licença de piloto, diz que seu exame mais recente feito por um médico de aviação abordou problemas de saúde que pessoas experimentam quando ficam mais velhas. "Eles não fazem nada para a sua cabeça", diz.

Não há confidencialidade na consulta, acrescenta Gadzinski. "Se você tivesse um problema de saúde mental, certamente não falaria para o médico de aviação porque a informação iria direto para a FAA", diz. Uma avaliação negativa da saúde mental poderia levar a FAA a retirar a licença de piloto comercial, o que acabaria com a carreira do piloto.

Os pilotos são solicitados a mencionar condições psicológicas existentes e medicações em formulários de saúde que precisam preencher para a FAA. Deixar de fazê-lo pode levar a uma multa de até US$ 250 mil. Os formulários incluem questões sobre depressão e tentativas de suicídio, segundo Gadzinski.

"Essa realmente é a melhor forma? Perguntar à pessoa que tem doença mental se ela tem doença mental e se ela disser 'não', então está tudo bem?", questiona.

Mike Karn, presidente da Coalizão de Associações de Pilotos de Avião, diz que algumas companhias aéreas e sindicatos colaboram em programas de aconselhamento de piloto para piloto para aqueles que estejam experimentando estresse incomum. Fonte: com informações do G1

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