> TABOCAS NOTICIAS : Pesadelo em Roraima: Sobreviventes de tragédia fogem de onça e bebem urina

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Pesadelo em Roraima: Sobreviventes de tragédia fogem de onça e bebem urina

Um pequeno avião com problemas mecânicos pousa em uma área de savana no sul de Roraima, distante de qualquer sinal de civilização. Nele, além de piloto e enfermeiro, há uma mulher com problemas médicos tomando soro em uma maca, o bebê dela, com nove horas de vida, e uma mulher grávida, com a barriga de oito meses presa ao cinto de segurança. 
O pesadelo dessas cinco pessoas começou na manhã de 26 de outubro, domingo de eleição. Terminou com final feliz após cinco dias de sofrimento. Cansados de esperar ajuda após três dias, andaram dez quilômetros pela floresta amazônica e experimentaram momentos de pânico, dor, sede e fome. “Ninguém aguentava mais. Andamos pela mata e ficamos um dia e uma noite sem beber nem comer”, diz Marinez Barroso, 40, que sobreviveu a tudo com uma hemorragia. Foram resgatados no dia 31 de outubro, no meio da selva, debilitados e exaustos, hasteando uma bandeira improvisada com uma fralda. 

POUSO NA SAVANA 
A aeronave Cessna pertence ao governo estadual e é usada para remover pacientes de áreas isoladas. Ela partiu da capital para buscar a dona de casa Marinez Barroso, 40, na comunidade de Santa Maria do Boiauçú, a 250 km de Boa Vista. Marinez tinha hemorragia porque sua placenta havia ficado presa no útero após o parto. A gestante Françoisa da Silva, 24, pegou carona: tinha exames médicos na capital e levaria no colo o bebê Rian, já que a mãe dele viajaria deitada. Poucos minutos após decolar, um estrondo no motor assusta a todos. Silêncio. O piloto relata a falha e diz que pousará. Avistou uma área de lavrado, como é chamada a savana de Roraima, com campos abertos e áreas alagadas, e conseguiu aterrissar ali. 

Ninguém se feriu gravemente, apesar do susto de Françoisa. “Fiquei presa pela barriga no cinto, durante algumas horas achei que tivesse perdido o bebê.” A gasolina que invadiu a aeronave fez com que todos corressem. Montaram um acampamento improvisado perto do avião, com cuidados especiais a Marinez, que ainda se hidratava com o soro. Os equipamentos usados para pedir socorro não funcionaram. O piloto tinha um GPS, que indicava a localização do grupo, mas sem recursos para aviso de emergência. 

ONÇAS E URUBUS 
Com alguns biscoitos e água abundante em volta, os cinco passageiros de Roraima decidiram esperar socorro no local onde o piloto conseguiu pousar. Em poucas horas, foi preciso buscar comida. Marinez Barroso, mãe do recém-nascido, e Françoisa da Silva, grávida, amamentavam o pequeno Rian, mas o leite foi escasseando. O piloto, Raimundo Nonato Lima, 56, e o enfermeiro, Anderson Teixeira, 32, saíram para buscar ajuda no dia seguinte (28). Com um GPS, localizaram uma vila a 47 km. Após algumas horas, voltaram correndo. “Uma onça nos encarou e, quando começamos a correr, já estava em nossa direção. Subimos em um buritizal e esperamos”, conta Teixeira, que só viajou porque havia trocado o plantão com um colega. Comiam folhas, flores, frutas e capim. “O que o bicho come, o homem come também”, diz Marinez. Clique aqui e leia a matéria completa »

Nenhum comentário:

Postar um comentário