Nesta semana, os médicos brasileiros foram autorizados pelo Conselho Federal de Medicina a prescrever um composto de canabidiol (CBD), um dos princípios ativos da maconha, para o tratamento de formas severas de epilepsia. É uma antiga reivindicação dos pais de crianças que sofrem convulsões impossíveis de serem controladas pelos medicamentos convencionais. A substância não é aprovada para venda no Brasil. Para importá-la, cada família deverá pedir autorização individualmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Apenas os neurologistas e os psiquiatras poderão prescrever o derivado da maconha, em dosagens pré-determinadas pelo CFM. A aprovação é um alento para as famílias que enfrentavam grandes dificuldades para conseguir as prescrições, mas pouco se sabe sobre a eficácia da substância. Nos Estados Unidos, onde é vendido em spray, pomada e até xampu, o canabidiol é considerado seguro pela agência que regula medicamentos (FDA). Apesar disso, ela não permite que a indústria alegue propriedades medicinais porque as pesquisas realizadas até hoje envolveram um pequeno número de pacientes.
Jovem segura muda de cannabis produzida em sua casa, em Montevidéu, no Uruguai. Existem dúvidas sobre o uso medicinal da maconha (Foto: AP Photo/Matilde Campodonico)
Recentemente, o pesquisador Orrin Devinsky conseguiu autorização do FDA para realizar um estudo amplo sobre os benefícios do canabidiol. Em pesquisas anteriores, ele demonstrou que o composto foi capaz de diminuir em 50% das crises epiléticas de 30% dos pacientes. Cerca de 10% deles se livraram das convulsões. É um caminho promissor, mas há mais dúvidas que certezas – não apenas no campo científico. LEIA TUDO AQUI
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