O primeiro fim de semana após as novas regras da lei antifumo deixou o soteropolitano indeciso em relação aos limites do uso do cigarro em ambientes públicos. A Lei 12.546, que entrou em vigor na última quarta-feira, tem dividido opiniões sobre a rigidez, mas ainda não alterou a rotina nos bares da capital baiana, já que muitos fumantes foram flagrados em locais que seriam proibidos, diante da nova medida. Com a nova regra, fica proibido fumar em locais de uso coletivo, públicos ou privados, mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Além disso, se os estabelecimentos comerciais desrespeitarem a norma, podem ser multados ou até perder a licença de funcionamento, o que tem desagradado os comerciantes. Wagner Ribeiro, dono de um bar no Engenho Velho de Brotas, disse que é difícil interromper a diversão dos clientes para repreendê-los sobre o uso de cigarros. “Me preocupo com a perda de clientela. Aqui no bar, já observamos que quem gosta de fumar senta na parte externa, já quem não fuma ou se incomoda com a fumaça, prefere ficar do lado de dentro. Nunca tive problemas em relação a isso, mas se tiver que repreender algum cliente será muito chato e difícil para mim”, disse o comerciante, ressaltando que a lei já funciona, diante da compreensão dos clientes.“Acho que antes de tudo deve haver bom senso. Meus clientes são antigos e sabem que o melhor para ele e para todos é que fumem lá fora”, afirmou. Fumante há cerca de 18 anos, a empresária Jamile Reis criticou a rigidez da lei antifumo. “Essa rigidez é desnecessária, pois a maioria das pessoas sabe os locais onde podem fumar e já colocam isso em prática muito antes da lei ser regulamentada. Gosto de fumar, mas sei que as pessoas não são obrigadas a aturar isso, portanto procuro me afastar das multidões e dos locais fechados, quando sinto vontade de fumar”, disse. A norma ainda proíbe a existência de fumódromos, o quer tem desagradado alguns fumantes. “Não vejo problemas se uma pessoa procurar a área mais arejada e ventilada do bar ou restaurante para isso. Sei que devemos respeitar os limites e não incomodar os demais, mas também tenho direito de saciar minha vontade, sem estar prejudicando ninguém”, afirmou o aposentado Uilson Garcia, 62 anos. Porém há quem seja completamente antifumo e aprove a medida. “Perdi meu pai e agora minha mãe está sofrendo com um câncer de garganta. Será possível que as pessoas não conseguem enxergar o mal que o cigarro faz à saúde? Acho válida qualquer medida que seja proibicionista em relação ao ato de fumar”, disse a jornalista Marcela Ramos de Barros, 37.
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