Por Jefferson Victor,
Na natureza existem predadores, presas e carniceiros. Os predadores atacam, as presas fogem e os carniceiros ficam à espreita, esperando o fim da caçada para usufruírem das sobras das carcaças.
São animais parasitas e que pouco arriscam o pescoço, porém se beneficiam diariamente das batalhas campais.
Os predadores não agem pelo ódio às suas vítimas, e sim pela necessidade de alimentar o clã.
As presas fogem por uma questão de sobrevivência, mas muitas vezes diante da impossibilidade da fuga, lutam desesperadamente e em algumas situações vencem a batalha derrotando o predador, daí a famosa frase: “um dia é da caça, o outro do caçador”.
Para o carniceiro, não importa o vencedor, a ele interessa a morte, já que independentemente de quem saia vitorioso, ele irá se alimentar.
O carniceiro é um ser acomodado, não desenvolve táticas de caça, opta pela dependência e assiste de camarote aos combates na savana.
Instintivamente até deve torcer para um dos lados, certamente para o predador, responsável pela sua dieta diária, porém em caso de baixa, não deixará de comê-lo por gratidão às proezas anteriores que lhe favoreceram.
A natureza é sábia, o instinto guia os seres vivos, a luta pela sobrevivência faz com que predadores e presas convivam em uma mesma comunidade, guardadas as devidas distâncias e precauções.
O homem, ser supremo da espécie animal, tudo tem que aprender, e neste caso a inteligência é menos eficaz que o instinto.
Os não humanos nascem e já sabem como alimentar e conhecem os perigos, acompanham os bandos e descobrem os meios de sobrevivência.
Eles identificam imediatamente quais são os predadores e, como num toque de mágica, conhecem os esconderijos e ali ficam alojados enquanto a mãe sai em busca de comida.
O homem nasce totalmente indefeso, seu único sentido é chorar. A criança não identifica o perigo, não conhece o lugar seguro, não conhece predador e nesta etapa sequer sabe usar a inteligência a seu favor.
Mesmo sendo o ser dominante da terra, é o que mais tempo leva para desenvolver técnicas de sobrevivência.
Ele não sabe nadar, não sabe voar e se torna uma presa fácil, e só depois de muito aprendizado passa a ser predador implacável, as vezes até desumano, mas comumente não preserva hábitos de carniceiro.
São três situações diferentes: ser predador, ser a presa ou ser o carniceiro. Na natureza cada um tem o seu papel.
O carniceiro, é grato ao caçador que o alimenta, e as caças são dependentes do caçador para o controle da espécie, já que uma superpopulação as levariam à extinção por falta de alimentos.
Não é prudente subestimar os que lutam por ideais coletivos, principalmente se esta luta for voluntária.
Em vez de criticar, incentive partícipe e compartilhe os resultados. Lembre-se que a vida é uma batalha constante, e que todas as espécies vivem em sociedade, e por mais que não haja harmonia, é preciso tolerância. Deus não fez um planeta para cada ser vivo.
Predadores, caças e carniceiros dependem do mesmo território.
Use sempre a inteligência e o bom senso. O instinto ocasionalmente. Alimente o estômago, não o ódio, procure ceder aos seus impulsos.
Seja o caçador que alimenta sua prole, e fuja desesperadamente de situações em que se transformar em caça, mas se desejar ser carniceiro, que ao menos respeite quem fez opções contrárias às suas. por Dinomar Miranda
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