A Selle Serviços, cujo sócio majoritário era Mateus Paiva Souza (filho de Dalva), foi contratado, sem licitação, pela Secretaria da Saúde do Estado para gerenciar o posto de saúde de Itabuna nos anos de 2009 e 2010. Conforme o site Transparência Bahia, que disponibiliza os pagamentos do governo do estado, a Selle recebeu R$ 960.422,50 em 2009 e R$ 486.397,56 em 2010. A empresa obteve R$ 28.290,26 em 2011 a título de "cauções". Total: R$ 1.475110,32. Sobre essa relação, que nenhum órgão fiscalizador apontou irregularidade até agora, a assessoria da Sesab explicou que a motivação da contratação sem licitação "foi o fato de que, nestes dois períodos, a população da cidade de Itabuna sofreu dois sérios episódios de agravo à saúde pública. O primeiro episódio teria sido uma grave epidemia de dengue, fato que motivou o governo do estado a decretar "situação de emergência em virtude do aumento no registro dos casos de dengue", e o segundo episódio foi a epidemia do vírus H1N1, verificada "com muita intensidade em Itabuna e região". Diante da gravidade, e "cumprindo a legislação, a Sesab realizou a contratação, por dispensa emergencial, de empresas que pudessem, naquele momento, prestar com celeridade os serviços assistenciais necessários para garantir o atendimento à população de Itabuna".
Três empresas, "devidamente regularizadas, credenciadas e habilitadas junto à Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb)" se habilitaram. Venceu a que apresentou "o menor preço para os serviços propostos, tendo valor mensal estimado de R$ 180.939,53, vigência de 180 dias e total estimado do contrato de R$ 1.085.638,20". Diz ainda que a transação teve parecer favorável da Procuradoria Geral do Estado. No segundo processo, a Selle venceu novamente uma disputa com outras três empresas por apresentar o menor preço mensal R$ 94.300,89. Com vigência de 180 dias o total estimado do contrato foi de R$ 565.805,32. Em relação ao valor de R$ 28.290,26, "este é referente à devolução do valor caucionado pela a empresa que é depositado em favor do governo do estado da Bahia. Ele só tem o valor devolvido depois que o serviço é atestado como devidamente prestado", esclarece a nota. Por último, a Sesab diz que "o nome dos acionistas ou proprietários das empresas não fazem parte dos critérios que determinam a escolha destas empresas como fornecedoras do governo". A relação da Selle com o governo não acabou com o fim desses contratos. Na eleição de 2010, a Selle Serviços e Gestão doou R$ 20 mil para o candidato a deputado federal pelo PT Amauri Teixeira. Por coincidência, Teixeira era o subsecretário de Sesab no período dos contratos. (A Tarde)
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