Nilson Euclides da Silva / nilson.euclides@uol.com.br
Afirmar que Marina Silva – PSB esta no segundo turno com Dilma Roussef – PT e, que vencerá as eleições se tornando assim a segunda mulher a governar o Brasil é exagero, mas apontar que a sua candidatura é neste momento da campanha aquela que possui os pontos mais positivos é um fato. Ela é a candidata que tem o menor índice de rejeição 10%, consolidou o seu nome naquela parte do eleitorado (70% afirmam algumas pesquisas) que desejam mudanças e conforme demonstrou a última pesquisa IBOPE repete a desempenho das sondagens que foram feitas no final do ano passado quando ainda tentava viabilizar a criação do seu partido.
Os 29% de Marina indicam que a tese da comoção não se sustenta, e que o desempenho robusto na pesquisa divulgada na última terça feira é uma somatória de eleitores que: primeiro estão dispostos a repetir o voto dado a ela nas eleições de 2010, segundo enxergam em Marina a possibilidade de renovação na política nacional e terceiro aqueles que se cansaram da polarização PT x PSDB.
Diante deste quadro quem perde mais é Aécio Neves – PSDB que poderá amargar o vexame de não levar o seu partido ao segundo turno de uma eleição presidencial fato que não acontecia há vinte anos. Por outro lado, a presidente Dilma terá que enfrentar em um segundo turno que considero quase inevitável o desafio de desconstruir a imagem positiva de Marina (que se não houver nenhuma mudança drástica na campanha) será uma tarefa muito difícil, reduzir a sua rejeição que passa de 30% e por último melhorar os índices de aprovação do seu governo.
Considerando todos essas variáveis o quadro eleitoral indica que a vitória de Marina Silva nas eleições de outubro tornou-se viável, e isto poderá impor a ex-ministra de Lula um desafio gigantesco. Afinal, o DNA dos partidos que orbitam em torno de sua candidatura e a inflexibilidade que a candidata apresenta em relação a alguns temas poderá levar um possível governo de Marina a repetir a história como tragédia ou farsa. No primeiro caso a tentativa de governar sozinho sem o apoio do congresso levou um presidente ao impeachment e, no segundo a estratégia de governar com todos produziu o que ficou conhecido como mensalão. Marina Silva precisa pensar (caso ganhe as eleições) em uma outra estratégia.
Nilson Euclides da Silva é Professor e coordenador do NEPDE/UFAC – Núcleo de Estudos Políticos e Democracia
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