Estado de Minas - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai investigar denúncia de que a transferência do goleiro Bruno Fernandes de Souza para a Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, no Norte de Minas, em 20 de junho, contou com o “apadrinhamento” de pessoa influente. Uma reclamação disciplinar assinada pelo advogado João Antonio Reina, do escritório paulista Carbone & Faiçal, foi protocolada no CNJ pedindo abertura de processo de investigação. Já o advogado Thiago Lenoir, que defende Bruno, considerou um “factoide” a acusação e disse que não vai rebatê-la, pois seu foco é o recurso em segunda instância contra a condenação de seu cliente e a permissão para que o ex-atleta volte a jogar futebol.
A iniciativa da denúncia ao CNJ foi do advogado Ângelo Carbone. Em visita ao seu cliente, Jailson Alves de Oliveira, que cumpre pena de 36 anos na Penitenciária Nélson Hungria, em Contagem, Grande BH, ele tomou conhecimento da insatisfação entre a população carcerária pelo benefício da transferência de Bruno, que cumpria sentença de 22 anos no local, acusado de ser o mandante da morte de sua ex-amante Eliza Samudio, em 2010. Jailson é o detento que disse ter ouvido do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, uma confissão de como ele matou Eliza.
Ameaça O documento encaminhado ao CNJ sugere ainda que um plano de fuga estaria em andamento. “Bruno está em regime fechado e não pode sair para jogar futebol. Se conseguir esse benefício, vai aproveitar para fugir”, sugere Carbone. Segundo o advogado, o ex-jogador tem recursos financeiros e recebeu R$ 200 mil só por uma entrevista a uma revista. “Não houve nada de ilegal na transferência do Bruno. Para a Justiça, para o sistema prisional, para a defesa, a ida de meu cliente para a penitenciária em Francisco Sá tem como objetivo sua ressocialização. Esse é um procedimento rotineiro e, nos últimos meses, pelo 15 clientes meus foram transferidos de unidades, atendendo seus direitos”, rebateu Thiago Lenoir.
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