Os gastos só com a campanha presidencial deste ano são estimados em R$ 1 bilhão. Mas o valor final deve ficar bem acima dessa cifra, principalmente se a disputa for realizada em dois turnos, como aconteceu em 2010. É que, ao longo da campanha, os candidatos podem pedir à Justiça Eleitoral revisão do limite de despesas. E praticamente todos pedem. Somando as despesas para eleger governadores, senadores e deputados federais e estaduais, a fatura das eleições gerais de 2010 deve ser superada. E muito.
Naquele ano a disputa consumiu, oficialmente, R$ 4,5 bilhões – sem contar o que entrou por meio de caixa dois. Um dos gastos mais elevados do mundo em relação ao número de eleitores, superando até mesmo os dos Estados Unidos, que têm uma campanha bem mais demorada que a do Brasil. Os dados são de um estudo do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), que também aponta um crescimento de 471% nas despesas de campanha em relação à disputa de 2002. Todo esse dinheirão vem dos cofres da iniciativa privada, responsável por 95% das doações que abastecem os caixas de campanha. E, depois das urnas abertas, essas doações voltam das formas mais variadas possíveis. Por meio de contratos milionários, concessões e créditos em bancos públicos ou na forma de relatorias ou votos favoráveis em projetos de interesses dos doadores.
Provocado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Supremo Tribunal Federal (STF) tende a barrar esse tipo de financiamento. Mas um grupo de parlamentares tenta garantir sua permanência, por meio de uma proposta de emenda à Constituição. Querem manter no Brasil o voto censitário, aquele que dava direito a participar das eleições somente quem tinha renda. Mais ou menos como acontece hoje. http://eduardohomemdecarvalho.blogspot.com.br
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