"Esses garotos não viveram a epidemia do HIV. Não perderam ídolos como Cazuza e Renato Russo, por isso não têm a dimensão exata dos perigos de fazer sexo sem proteção" Georgiana Braga-Orillard, diretora da Unaids Brasil
Durante a Copa do Mundo, várias equipes da Organização das Nações Unidas (ONU) vão atuar pelo Brasil a fim de prevenir as pessoas sobre o perigo de contrair o vírus HIV. O projeto Proteja o Gol visa alertar os jovens sobre os riscos da doença, e procura voluntários para ajudar na época da competição. Os interessados têm até 12 de maio para se inscrever. Quem for um dos 50 selecionados passará por uma capacitação de três horas, e será responsável por distribuir panfletos e prestar informações sobre a Aids, além de encaminhar interessados para testagens instantâneas da doença. Em Brasília, o projeto funcionará na Fan Fest, que ocorrerá no Taguaparque.
O Proteja o Gol nasceu em 2010, no Mundial realizado na África do Sul. Organizado por um dos braços da ONU, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), ele também ocorre em campeonatos continentais de seleções de futebol, como a Copa América e a Eurocopa. Estrelas internacionais são embaixadoras da iniciativa. Entre elas, estão o zagueiro do Brasil David Luiz e o ex-meia alemão Michael Ballack. Também participam dois netos de Nelson Mandela, Ndaba e Kweku. Inclusive, os parentes do ex-líder africano virão a Brasília para agenda oficial, na época do torneio.
Para colar a imagem do Mundial com a campanha, uma bola com a logomarca do projeto roda o mundo para difundir a campanha. Diversos presidentes do continente africano já a assinaram. O objetivo dos responsáveis pelo projeto é que a presidente Dilma Rousseff também apoie a iniciativa. Segundo a diretora da Unaids Brasil, Georgiana Braga-Orillard, eles já solicitaram uma agenda com a chefe do Executivo e esperam que Dilma também ponha o nome dela na bola. “Nós estamos aguardando uma resposta. Mas acredito que ela receberá os netos do Mandela para nos apoiar”, espera.
Crescimento da doença
A diretora alerta que os índices gerais de pessoas infectadas pelo vírus no Brasil se encontra estável há alguns anos. Entre os jovens de 14 e 25 anos, porém, o número cresce a cada ano, o que preocupa autoridades de saúde. “Esses garotos não viveram a epidemia do HIV. Não perderam ídolos como Cazuza e Renato Russo, por isso, não têm a dimensão exata dos perigos de fazer sexo sem proteção”, acredita.
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