O caso de Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, atacada no dia 3 de maio por populares na cidade de Guarujá (SP) reacende um debate sobre o aumento dos casos de "justiceiros" no país. Após uma denúncia infundada em uma página do Facebook, a dona de casa foi acusada de sequestro envolvendo magia negra e linchada até a morte. E a pergunta que fica é: por que parte da população apela para a barbárie?
Rafael Araújo, sociólogo e professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), entende que a justiça com as próprias mãos é um dos absurdos mais assustadores dos últimos tempos: "O discurso que está por trás é o da ineficiência do Estado, cuja incapacidade de resolução de conflitos seria suficiente para validar o uso da violência física. A população justiceira, portanto, parece ser incapaz de pensar, não avalia as consequências futuras de sua ação. Em um dos vídeos que registram o espancamento da dona de casa, um homem amarra o braço da mulher a uma corda para depois arrastar o corpo por alguns metros. Pergunto-me se esse gesto não teria sido uma forma de repetição da imagem recente dos policiais que arrastaram o corpo de outra mulher, que caíra do camburão enquanto estava sendo levada como carne de segunda para um hospital. Foi como se o homem, ali naquele momento de selvageria, dissesse ao público que o assistia: 'Se a polícia fez, também faço'". Leia mais em: http://zip.net/bvnnjX
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