O sociólogo Antonio Lavareda disse ao Brasil Econômico acreditar que a presidente Dilma Rousseff (PT) começa a perder as condições de ser candidata à reeleição porque, segundo ele, não houve, desde 1989, um candidato sequer que tenha sido eleito ou reeleito sob o antagonismo manifesto do mercado. “Todas as vezes em que a presidente tem enfrentado dificuldades e assistido à queda de seus índices de preferência, a bolsa de valores tem subido automática e simetricamente”, disse, ao justificar sua opinião de que o lançamento da petista como candidata segue como uma incerteza.
Lavareda afirma que não é remoto o movimento “Volta, Lula!”. Segundo ele, o ex-presidente teve um peso decisivo na eleição de sua sucessora, em 2010, por dois fatores: a boa avaliação da gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o que fez com que a população desejasse a continuidade desse governo, e o desempenho da equipe de marketing do Partido dos Trabalhadores, responsável por apresentar a então candidata como uma grande gerente e principal arquiteta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O sociólogo destaca ainda que para a presidente Dilma Rousseff se firmar como candidata, “a economia precisa melhorar substancialmente, levando consigo a percepção da população”. “E tudo isso precisa se refletir em popularidade”, afirma Lavareda, ressaltando, porém, que em sua análise, é “difícil que isso ocorra”, principalmente diante da proposta do “novo”, trazida pelos pré-candidatos do PSDB e PSB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves e Eduardo Campos.
“Eles têm pontos em comum e são candidatos do século 21. A eleição de 2010, por exemplo, era entre dois candidatos que tinham combatido a ditadura. Agora não, você tem dois candidatos mais jovens. No caso de Aécio Neves, ele tem um partido e alianças com maior tempo de tevê e que é melhor estruturado em áreas importantes do país. [...] Já Eduardo tem a seu favor um posicionamento que não bate de frente com o lulismo. Ele tem essa postura de terceira via, fortalecida pela presença de Marina Silva na chapa”, disse.
Questionado sobre os riscos de Dilma Rousseff não passar para o segundo turno, Antônio Lavareda disse que “a possibilidade de ela não ir para o segundo turno é menor que a possibilidade de ela ser substituída por Lula”. Segundo ele, a presidente “está perdendo as condições de se manter como candidata e isso é até mais grave do que ela se reeleger”. por BLOG DO MARIO FORTES
Nenhum comentário:
Postar um comentário