Recentemente, foi aprovado no Congresso Nacional mais um passaporte para premiar os incompetentes. Trata-se agora da facilidade de ingresso no emprego público dos afrodescendentes: negros e pardos. A eles foi garantida a reserva de 20% das vagas nos concursos públicos federais.
A ala afrodescendente do Congresso, em troca de votos para o governo, não tem compromisso com um país forte e sepulta a meritocracia. Enquanto países desenvolvidos se esmeram na meritocracia, aqui o retrocesso faz a festa dos afrodescendentes em desrespeito aos demais brasileiros pobres, mas competentes. E assim, a igualdade dos direitos, esculpida no Art. 5º, da Constituição Federal, transforma-se em simples cláusula de realce, que pode ser interpretada ao gosto da política dominante, lamentavelmente. Este é o país político que sempre encontra um jeitinho sorrateiro de resolver suas defecções, quando deveria dar educação pública de qualidade para todos.
O que se pode esperar de um país que - em vez de dar educação pública de qualidade para todos, capacitando negros e brancos pobres, índios etc. para que em igualdade de condição acessem por mérito os diversos segmentos educacionais e profissionais - prefere fazer politicagem eleitoral favorecendo a comunidade negra a ascender por cotas raciais às universidades e empregos públicos? Ora, quando a meritocracia é tratada de forma política, o país naufraga e ruma na contramão das nações desenvolvidas.
E a coisa anda de mal a pior. Vejam por onde anda a nossa cultura: a presidente da República, Dilma Rousseff, por exemplo, não consegue concatenar uma locução verbal de entendimento de todos. Três pérolas: (1) “Quando você chega num banco, ele te pergunta qual a garantia que você me dá? Eu vou pagar a vocês, para me aceitar emprestar um dinheiro para você me pagar”, (2) “A inflação foi uma conquista desses dez últimos anos de governo, do presidente Lula e do meu governo” e (3) “Os bodes eu não me lembro qual é o nome, mas teve um prefeito que me disse assim: ‘Eu sou o prefeito da região produtora da terra do bode’. Então nós vamos fazer um Plano Safra que atenda os bodes que são importantíssimos”. Será que a patuleia entendeu bulhufas? Assim, é nesse nível que se encontram a cultura e a meritocracia no Brasil.
Ainda nesse diapasão, a escritora Lya Luft, em seu artigo “Aulas de mediocridade”, faz uma abordagem crítica à mentalidade cultural que norteia os “iluminados” que dirigem o Ministério da Cultura. “(...) um projeto já em execução, financiado em parte pelo Ministério da Cultura, banca a edição de centenas de milhares de livros clássicos brasileiros ‘facilitados’, começando por Machado de Assis. Facilitados para quem? Para o leitor ignorante, é claro, despossuído da inteligência necessária ou da necessária educação para ler esse autor, o primeiro a sofrer mutilação. Troca de vocábulo e talvez frases inteiras, em suma, reescrevem Machado; portanto, o que for lido não será ele. Inútil trabalho, gasto inútil, logro do leitor, o livro não será de Machado de Assis. Volto, pois, ao meu velho tema: a mediocrização paulatina e permanente de tantos setores do Brasil. Desta vez, em lugar de elevar o nível de nosso ensino, em todos os graus, há um triste esforço para reduzir tudo ao mais elementar, ao mais primário (...).”
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC
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