Na Marinha, um Comissário de Bordo é um oficial encarregado da administração, abastecimento e serviço dos tripulantes e passageiros, a bordo de um navio. Os profissionais da aviação comercial, encarregados da segurança e conforto dos passageiros a bordo de uma aeronave, também recebem a designação deComissários de Bordo.
Na Marinha
Apesar do termo "comissário" se aplicar, sobretudo aos oficiais de administração da marinha mercante, também é utilizado em algumas marinhas de guerra. Na Marinha de Guerra Portuguesa, por exemplo, os oficiais de administração eram designados comissários navais até ao início do século XX, passando depois a ser designados oficiais de administração naval. Já na Marinha do Brasil, os oficiais de administração são designados intendentes.
As funções
Os comissários são responsáveis pela gestão da seção de câmaras/seção de câmara dos navios de passageiros. Quando a seção de câmaras de um navio tem mais de um oficial comissário, o de maior categoria pode ser designado comissário-chefe ou 1º comissário. Conforme o sistema adaptado, o restante dos comissários são designados, sucessivamente, 1º comissário ou 2º comissário e 2º comissário ou 3º comissário.
Nos pequenos navios de passageiros e nos navios de carga, normalmente não embarcam Oficiais comissários, ficando a seção de câmaras a cargo de um despenseiro ou mesmo de um cozinheiro.
Como responsáveis pela gestão financeira e pelo serviço de câmaras de um navio de passageiros, os comissários coordenam programas de trabalho e gestão de meios (nomeadamente, orçamentos, despesas e receitas), recrutam e coordenam o pessoal de câmaras (elaborando horários de trabalho e definindo funções), organizam a distribuição dos lugares dos passageiros a bordo, elaboram pareceres sobre a estimativa de movimentos de passageiros e de abastecimentos, orientam e verificam o acondicionamento dos mantimentos e dos materiais dos serviços de alojamento e de restauração, supervisionam os serviços de restaurante, bar, comércio, animação e outros.
As funções de um comissário são muito semelhantes às de um gerente de hotelaria ou de restauração. Assim, sobretudo nos grandes navios de cruzeiro, onde a seção de câmaras está dividida em vários departamentos especializados, os comissários assumem a designação de gerente de hotel, gerente de bar, gerente de casino, etc...
Formação e carreira de Comissário
Até recentemente, a carreira de comissário da marinha mercante constituía uma profissão regulamentada, à qual só podiam ter acesso profissionais certificados. Para se obter a certificação como comissário, era necessário a frequência de um curso especial numa escola náutica ou de formação de oficiais de marinha mercante.
Atualmente, contudo, a profissão de comissário deixou de ser certificada e regulamentada internacionalmente e na maioria dos países. Assim, cada companhia pode contratar qualquer profissional para exercer as funções de comissário, desde que obedeça a certos critérios mínimos, um dos quais é o de ter um curso superior, normalmente na área da gestão e administração. Por exemplo, hoje em dia, é frequente a contratação de profissionais diplomados com cursos superiores de gestão hoteleira para exercerem a função de comissários.
Em Portugal, por exemplo, a carreira de oficial comissário da marinha mercante incluiu, até 2001, as categorias de praticante de comissário, comissário de 3ª classe, comissário de 2ª classe, comissário de 1ª classe e comissário-chefe. Para galgar a categoria de praticante de comissário era necessário concluir o bacharelato do Curso Superior de Comissariado da Escola Náutica Infante D. Henrique. Para se atingir a categoria de comissário de 1ª classe ou superior, além da experiência profissional, era necessária a conclusão do Curso de Chefias da mesma escola.
Na aviação comercial
Na aviação comercial, o pessoal navegante comercial (PNC) ou pessoal de cabine (PC) constitui o grupo de profissionais que atua nas cabines de passageiros das aeronaves, assistindo-os, garantindo seu o conforto e zelando pela sua segurança.
Juntamente como o pessoal navegante técnico (pilotos, navegadores e técnicos de voo), o PNC constitui a tripulação de uma aeronave comercial.
Os profissionais do PNC são, genericamente, designados "comissários de bordo", "comissários de voo" ou, simplesmente, "comissários". Quando do sexo feminino, o profissional é, formalmente, designado "comissária" no Brasil e "assistente" em Portugal (ou, na forma popular, respetivamente: "aeromoça" e "hospedeira do ar"). Nos restantes territórios e países de Língua Portuguesa, estes profissionais são, genericamente, designados como em Portugal. Em muitos outros países, os profissionais do PNC são conhecidos como "stewards" ("despenseiros" em Inglês).
As funções
A partir do momento em que o passageiro entra no avião, a sua segurança e conforto são de responsabilidade do comissário de bordo.
O comissário executa os procedimentos de emergência adotados pela empresa, faz o serviço de bordo e cuida dos passageiros durante toda a viagem. De fato, é responsável por lidar com a rotina e o inesperado. Além disso, o comissário deverá estar preparado para trabalhar em horários incomuns. Pelas razões acima, conclui-se que a profissão de comissário de bordo requer um conjunto de características pessoais, físicas e psicológicas diferenciadas.
História da profissão
A profissão de comissário de bordo - ou aeromoça para mulheres - surgiu em 1930 por reivindicação de uma mulher, Ellen Church, pois apaixonada por aviação e não poder pilotar uma aeronave por ser mulher, a enfermeira sugeriu à Boeing Air Transport que colocasse enfermeiras a bordo dos aviões para cuidar da saúde e segurança dos passageiros durante o voo.
As primeiras moças contratadas deveriam ser solteiras, não terem filhos, obedecer a um padrão de peso e altura, porém possuiam salários muito baixos. A idéia fez muito sucesso, pois as mulheres a bordo passavam segurança aos passageiros, já que a mulher era considerada uma figura de fragilidade, e tendo mulheres trabalhando a bordo passava a idéia aos viajantes de que o avião não era tão perigoso quanto pensavam.
Devido à Segunda Guerra Mundial, as enfermeiras foram convocadas para os campos de batalha, as companhias aéreas então começaram a colocar mulheres de nível superior a bordo, contudo sem perder o charme e a elegância, já que essa profissional representaria a empresa. A profissão popularizou-se, e perdeu o símbolo sensual que possuía, foi então que surgiu o "aeromoço", já que as funções do comissário aumentaram devido ao aumento do fluxo de passageiros, o que exigia mais do profissional.
A formação do pessoal navegante comercial era, antigamente, feita pelas próprias companhias aéreas. Hoje em dia, a formação pode ser feita em escolas independentes, que oferecem cursos certificados pelas autoridades de aviação civil (por exemplo, INAC em Portugal e ANAC no Brasil).
Os cursos de formação para comissários de bordo, normalmente, incluem matérias como segurança no voo, emergências, sobrevivência, organização, legislação e regulamentação da aviação civil, primeiros-socorros, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Matemática.
No Brasil, a carreira inclui as categorias de comissário auxiliar, chefe de cabine, comissário internacional, supervisor de cabine e chefe de equipe internacional. Referência: iefp.pt/formacao
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