A cartografia (carto = mapa + grafia = descrição), é a arte ou ciência de compor cartas geográficas. O engenheiro cartográfico é o profissional que desempenha essa atividade. A cartografia é uma especialidade da engenharia, que se ocupa da aquisição, processamento, visualização e análise da informação nas formas analógica e digital.
O engenheiro cartógrafo é especialista em coleta, armazenamento, recuperação, medição, processamento e análise de dados e informações necessários à representação adequada dos fenômenos que ocorrem na superfície terrestre.
Com base em informações sobre solo, relevo, recursos hídricos, vegetação, clima, densidade populacional e demografia, o engenheiro cartógrafo elabora mapas de cidades, países e continentes, plantas topográficas, cartas náuticas, aeronáuticas e de navegação aérea ou marítima.
A profissão de engenheiro cartógrafo é das mais antigas, remontando suas origens ao ano de 1810, quando foi criada a Academia Real Militar, embrião da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil. A principal diferença entre os primeiros profissionais e os engenheiros cartógrafos da atualidade é o uso da tecnologia em seu trabalho. A formação desse profissional é caracterizada por um aspecto dinâmico em relação a uma constante atualização, devido ao avanço tecnológico e modernização de equipamentos e técnicas aplicadas.
Curso
O curso de graduação em engenharia cartográfica dura, em média, cinco anos. A maior parte é teórica, incluindo disciplinas básicas como cálculo, desenho, física, matemática e química. Há também as disciplinas mais específicas como geodésia, astronomia de posição, sensoriamento remoto, aerofotogrametria, entre outras.
O campo de trabalho do engenheiro cartógrafo inclui: empresas de produção cartográfica, concessionárias de serviços públicos, prefeituras, Secretarias de Estado, institutos de terras, institutos de planejamento, universidades
No Brasil
A cartografia desenvolveu-se no Brasil a partir da Segunda Guerra Mundial em função dos interesses militares. Instituições como os atuais Instituto Cartográfico da Aeronáutica (ICA), Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) e Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), foram as principais responsáveis pela execução da Cartografia Sistemática do País, com o objetivo de mapear todo o território nacional.
Veja alguns dos principais fatos que marcaram a história da Cartografia no Brasil:
1890 - Foi criado o Serviço Geográfico Militar, anexo ao Observatório Astronômico, para a execução dos trabalhos geodésicos e geográficos da República dos Estados Unidos do Brasil.
1922 - Aparecimento da Carta do Brasil ao Milionésimo (primeiro retrato cartográfico de corpo inteiro do país), editada pelo Clube de Engenharia, em comemoração ao centenário da Independência.
1935 - A Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) foi a primeira, dentre as organizações cartográficas brasileiras, a apresentar um plano cartográfico, o Plano Cartográfico Náutico.
1936 - Veio a ser instalado o Instituto Nacional de Estatística e Cartografia.
1937 - Surge a primeira empresa privada, no mercado brasileiro, dedicada à execução de levantamentos aerofotogramétricos, cujas preocupações básicas estavam voltadas para a prestação de serviços em Cartografia.
1938 - Instituto Nacional de Estatística e o Conselho Brasileiro de Geografia foram incorporados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. O primeiro projeto do IBGE: "Determinação das Coordenadas das Cidades e Vilas".
1940 - Pela primeira vez na história da Estatística Brasileira os dados de coleta e tabulações do censo foram referenciados a uma base cartográfica sistematizada, pelo menos quanto às categorias administrativas: Municipais e Distritais - Cidades e Vilas. A partir de então estava assegurado o georreferenciamento das estatísticas brasileiras.
1946 - O Conselho de Segurança Nacional institui comissão para fixar "normas para a uniformização da cartografia brasileira" e procedimentos para a coordenação dos trabalhos cartográficos. Ainda, ao IBGE é atribuída a Coordenação da Cartografia Brasileira.
1964 - O IBGE estrutura e consolida a linha de instrumentos fotogramétricos e amplia a atuação de suas unidades de levantamentos geodésicos, de modo a atender ao apoio terrestre para as operações fotogramétricas.
1966/1967 - O Presidente Castelo Branco estabelece outro grupo de trabalho para definir as Diretrizes e Bases da Política Cartográfica Nacional. Mantém a atuação descentralizada das instituições cartográficas do governo federal e explicita a coordenação da Política Cartográfica Nacional como atribuição da Comissão de Cartografia (COCAR) inserida na estrutura do IBGE.
1972 - Projeto RADAM - Radar da Amazônia, aplicação pioneira de sensores aerotransportados radargramétricos. Posteriormente o projeto foi estendido a todo território nacional - RADAMBRASIL. Em 1985 o projeto foi extinto.
1975 a 1985 - Pode-se afirmar que foi o período de mais intensa produção cartográfica, fruto da modernização dos equipamentos e processos de produção.
1985 - Foi criado o Ministério da Ciência e Tecnologia ao qual ficou submetida a COCAR na condição de órgão autônomo.
1990 - Foi desativada a COCAR.
1994 - O Governo Federal cria a Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR). Mantém a estrutura da representação ministerial com as mesmas exceções, IBGE, como provedor de apoio administrativo, e Associação Nacional das Empresas de Levantamentos Aeroespaciais - ANEA.
Atualmente, o IBGE é o coordenador do Sistema Cartográfico Brasileiro que é composto por entidades nacionais, públicas e privadas, que tenham por atribuição principal executar trabalhos cartográficos ou atividades correlatas.
É importante ter sempre em mente que a principal função da cartografia é representar a realidade através de informações espaciais de uma forma organizada e padronizada e que a produção cartográfica deve estar dirigida ao atendimento da sociedade como um todo. (IBGE)
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