Um homem que chegou a ser indiciado por fraude na Mega-Sena agora é tratado como vítima em uma denúncia acolhida pela Justiça do Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério Público, ele foi o legítimo ganhador do prêmio de R$ 119 milhões em 2010, em Fontoura Xavier, no Norte do estado. Um grupo de 12 pessoas detentoras de altos cargos na prefeitura local é acusado de montar um esquema para coagir o vencedor a concordar com uma versão segundo a qual ele seria autor da irregularidade.
Responsável pela denúncia, o promotor Michael Schneider Flach, de Soledade, afirmou que o grupo de funcionários da prefeitura ingressou ainda em 2010 com uma ação contra o vencedor do prêmio. Os autores alegavam que realizaram um bolão, e o bilhete premiado foi furtado por um dos integrantes.
"A Justiça solicitou o horário da aposta, e verificou que a aposta foi realizada à tarde, em horário inverso ao informado pelos autores, e indeferiu. Eles tentaram recursos, mas não obtiveram sucesso", disse Flach.
Após a derrota na Justiça, o grupo prestou uma queixa à Polícia Civil, que indiciou o ganhador do prêmio e o suspeito de furtar o bilhete, entre outras pessoas. "Eles se organizaram, fizeram várias reuniões, contrataram profissionais para representá-los, procuraram ter acesso e procuraram o integrante do bolão acusado de subtrair o bilhete para que, de alguma forma, ele ficasse com uma parcela do prêmio. Se ele não concordasse, levariam a acusação adiante", explicou Flach.
De acordo com o promotor, os depoimentos que o ganhador da loteria deu quando era investigado provam que ele era o dono do prêmio. "Foram duas investigações e mais um processo cível que apontaram improcedência entre o horário da compra alegado pelos autores. E o horário que consta nos autos bate exatamente com o informado pelo vencedor. Além disso, a aposta foi paga com cheque, e por isso o dono da agência lotérica teve de autorizar", disse o promotor. Os 12 acusados responderão por formação de quadrilha, calúnia e coação. Foto: Reprodução*Fonte: Felipe Truda Do G1 RS
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