“Somos nosso passado. Somos este quimérico museu de formas inconstantes; este amontoado de espelhos partidos”.
Jorge Luís Borges
Para entender a América Latina é preciso voltar no tempo como fiz em um dos meus livros, “América Latina – em busca do paraíso”. Constatar, tomando emprestada a expressão do genial pensador espanhol, José Ortega y Gasset, nossa “embriogenia defeituosa”. E, apesar das diferenças entre a colônia portuguesa e as colônias espanholas entender que origens coloniais fizeram igualmente de nós sociedades invertebradas.
Afinal não tivemos como na “Espanha invertebrada” de Gasset “a comunidade de propósitos” que faz com que grupos integrantes “convivam não por estar juntos, mas sim por fazer algo juntos”. Ao mesmo tempo, nossas sociedades desiguais, o isolamento entre as camadas sociais, a falta de “minorias seletas” que comandassem o processo emancipatório, a inexistência do espírito associativo substituído pela vivência do pequeno mundo familiar ou clânico gerarão o desequilíbrio estrutural cujas manifestações mais graves até hoje sentidas são: o atraso econômico, a mentalidade do atraso, o autoritarismo, o paternalismo, o clientelismo, o nepotismo, o patrimonialismo e a corrupção endêmica. http://jorgeroriz.wordpress.com/2013/03/24/espelhos-partidos/
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