A dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios anunciada ontem pela presidente Dilma Rousseff está longe de ser a opção ideal para dar seguimento ao jogo político de alianças no Congresso e para as próximas eleições — e mais distante ainda de resolver os problemas de gestão das pastas. Além disso, cientistas políticos ouvidos pelo Correio também criticam o pouco tempo que alguns ministros ficam à frente das pastas, como é o caso de Brizola Neto (PDT), no Trabalho, e Mendes Ribeiro (PMDB), na Agricultura. Os dois foram substituídos com menos de um ano e meio de trabalho. Eles têm mandato de deputado federal até 2014.
“Infelizmente, a última coisa que se pensa quando se faz uma reforma ministerial é a função do ministério em termos de serviços para a cidadania. A alta rotatividade é ruim porque as pessoas não têm tempo sequer de conhecer os procedimentos internos, as técnicas e a equipe”, afirma o professor de ética e filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto Romano. Segundo ele, a permanência de um ministro deveria ser equivalente ao mandato de quatro anos da presidente da República. “As mudanças deveriam ocorrer apenas em casos de corrupção, morte ou doença. Caso contrário, o ideal é que ficasse durante a gestão do chefe do Executivo”, acredita.
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