Em cima de um trio elétrico na Avenida Paulista, onde petistas comemoraram a vitória na noite deste domingo, Fernando Haddad brincou que é o “segundo poste” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse que seu padrinho político lhe telefonou após a confirmação do resultado e que estava muito orgulhoso com o desempenho do ex-ministro na corrida municipal. Recentemente, Lula, usando uma metáfora, disse que “de poste em poste ele estava iluminando o Brasil”. A presidente Dilma Rousseff também foi chamada de poste pelo PSDB.
— Vocês sabem que sou o segundo poste de Lula? Tem algum candidato a poste aqui? — questionou Haddad à plateia de cerca de 500 militantes.
Sob garoa, Haddad ainda relatou ter recebido telefonema de Dilma Rousseff, que lhe garantiu que a parceria entre a prefeitura de São Paulo e o governo federal "será reforçada a partir de agora". Ele deve ir a Brasília já nesta segunda-feira, onde se encontrará com a presidente. O candidato derrotado, José Serra (PSDB), também ligou para Haddad e desejou boa sorte ao petista. Já o prefeito Gilberto Kassab (PSD) também telefonou e assegurou uma transação de alto nível.
Horas antes, em seu discurso após eleito prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) agradeceu ao eleitores, à família, partidos aliados, ao PT e principalmente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff. Haddad lembrou da responsabilidade que terá a partir do próximo ano, dos desafios de agora em diante e ressaltou que São Paulo “não é uma ilha política”.
- São Paulo não é uma ilha política, tampouco uma cidade de muralhas. São Paulo precisa firmar parcerias vigorosas na esfera pública, com o governo federal e com o governo estadual, e na esfera privada, com o que existe de mais avançado em pensamento e tecnologia no mundo. Sei que contarei com o apoio decisivo do governo da presidente Dilma, mas potencializarei esse apoio apresentando propostas e projetos criativos e irrecusáveis. Vamos derrubar o muro da vergonha, que separa os ricos e os pobres - afirmou o petista, que obteve 3.387.720 votos, 55,57% do total de votos válidos, e venceu o tucano José Serra com uma diferença de 678.952 votos.
A diferença de votos de Haddad para Serra é menor do que o total de brancos e nulos, que somaram 799.802 votos. Mais de 1,7 milhão de eleitores se abstiveram de votar em São Paulo, maior índice desde 1988. A soma de brancos, nulos e abstenções chegou a 31,59%.
- Uma alegria imensa e uma enorme responsabilidade dividem espaço no meu peito. O sentimento mais forte, porém, é o de gratidão – disse o petista ao iniciar o discurso da vitória.
Haddad fez questão de agradecer e saudar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.
- Quero agradecer do fundo do meu coração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Viva o presidente Lula! Agradeço a confiança, orientação e apoio, sem os quais seria impossível eu lograr qualquer êxito.
Após Haddad falar da importância do ex-presidente Lula, os aliados puxaram o coro “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”, que foi entoado, inclusive, por Paulo Maluf, que estava no palanque da festa da vitória. O ex-prefeito de São Paulo, procurado pela Interpol, disse ter sido fundamental para a vitória.
- Quero agradecer também a uma grande liderança nacional, a presidente Dilma Rousseff, pela presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno - completou Haddad.
A presidente Dilma Rousseff falou por telefone, na noite deste domingo, com o prefeito eleito de São Paulo, que foi ministro da Educação até janeiro. Dilma cumprimentou-o pela vitória contra o tucano José Serra e desejou-lhe sucesso na gestão.
Dilma também falou com o prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves (PT). Mais cedo, a presidente havia falado com o vitorioso em Curitiba: Gustavo Fruet (PDT). Ex-tucano, Fruet teve o apoio da ministra da casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A presidente ainda vai telefonar para outros prefeitos eleitos. De http://oglobo.globo.com/
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