Folha de S.Paulo
O governo Dilma beneficiou menos as bancadas de dois dos seus principais aliados na Câmara dos Deputados, o PP e o PR, ao liberar recursos de emendas dos deputados neste ano.
Levantamento feito no Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) mostra que os dois partidos, hoje no centro da crise entre o governo e a base, tiveram desempenho abaixo de siglas da oposição --proporcionalmente ao tamanho das bancadas que possuem.
As emendas são uma das principais demandas dos deputados, que, dessa forma, podem destinar recursos para pequenas obras em suas bases eleitorais.
Com 41 deputados, o PR deixou a base após denúncias de corrupção que derrubaram o ministro Alfredo Nascimento (Transportes). O PP, que também tem 41 cadeiras na Casa, tem o seu ministro, Mário Negromonte (Cidades), na berlinda. Neste ano, os deputados do PP obtiveram R$ 12,5 milhões (R$ 304,6 mil por deputado), e o PR, R$ 11,9 milhões (média de R$ 291,4 mil).
O levantamento contabiliza recursos pagos desde janeiro, referentes a emendas individuais apresentadas nos últimos quatro anos.
O desempenho dos aliados contrasta com a bancada do PT (86 cadeiras), que conseguiu R$ 53,3 milhões (R$ 619,8 mil por deputado), equivalente a 22% de tudo o que foi pago em 2011.
Já o PP e o PR faturaram 5% cada, abaixo, por exemplo, do DEM (7,9% do bolo).
"Os deputados estão sendo discriminados e isso gera inquietação. Nós assumimos compromissos públicos nas bases", diz Jovair Arantes (GO), líder do PTB, legenda que captou R$ 10,7 milhões.
Devido à insatisfação, o governo promete destinar R$ 1,7 bilhão em emendas. Entre os partidos aliados, o principal beneficiado proporcionalmente ao seu tamanho na Casa foi o PMDB, com R$ 44,5 milhões.
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