Os contratos futuros de arábica subiram 4,6%, alcançando US$ 3,4540 por libra-peso
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O café atingiu um preço recorde em Nova York nesta terça-feira (10), em meio a crescentes preocupações com uma crise global de oferta, tornando-o uma das commodities mais valorizadas do ano, segundo informações do portal InfoMoney.
A trader Volcafe Ltd. reduziu sua estimativa de produção no Brasil, maior fornecedor mundial, após uma análise de campo revelar a gravidade de uma seca prolongada. A produção brasileira de arábica, variedade preferida para cafés especiais, deve atingir apenas 34,4 milhões de sacas, cerca de 11 milhões de sacas a menos em comparação com a estimativa de setembro, segundo uma apresentação obtida pela Bloomberg News.
A produção global de café deve ficar abaixo da demanda em 8,5 milhões de sacas na temporada 2025-26, marcando o quinto ano consecutivo de déficit — algo sem precedentes, de acordo com a Volcafe.
Os contratos futuros de café arábica subiram mais de 80% este ano devido a problemas nas safras de grandes produtores, pressionando ainda mais o bolso dos consumidores. Nesta terça-feira, os preços chegaram a subir 5,5%, alcançando o maior nível registrado desde 1972, superando o pico alcançado naquela década, quando a chamada “Geada Negra” devastou os cafezais brasileiros.
Seca prolongada
A preocupação com futuras safras no Brasil cresce após o período prolongado de seca. Além disso, a produção no Vietnã, maior produtor do grão robusta, mais barato, também enfrenta incertezas devido à seca durante o período de crescimento e às fortes chuvas no início da colheita.
“As preocupações com a safra de arábica no Brasil para 2025-26 cresceram esta semana,” disse Steve Pollard, analista do Marex Group. “As recentes visitas a campo indicam uma produção na casa de 30 milhões de sacas, o que resultaria em mais um déficit de oferta,” disse.