O doador de órgãos pode formalizar o desejo pela internet, o que vai garantir que a família e o sistema de saúde tenham conhecimento dessa decisão
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A partir de agora, qualquer pessoa que tenha o desejo de ser um doador de órgãos poderá manifestar e formalizar oficialmente essa decisão em um documento digital, pela internet. Por Karen Belém / SNB
A Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO) pode ser solicitada no aplicativo “e-notariado” ou pelo site “aedo.org.br”. No documento, a pessoa escolhe qual órgão deseja doar, como medula, intestino, coração ou até todos.
Uma vez preenchido o formulário, ele é enviado ao cartório de notas selecionado pelo doador e dá início ao processo de registro oficial.
Médicos terão acesso à decisão
Antes, só a família podia decidir sobre a doação de órgãos de alguém que tinha morrido por morte cerebral.
O problema era que muitas vezes eles não sabiam se a pessoa queria ser doadora.
Agora, com o registro eletrônico, os médicos terão acesso a esse documento e podem mostrar à família que a pessoa tinha vontade de doar.
Como funciona o processo
Quando o cartório de notas recebe o formulário, é agendada uma videoconferência entre o doador e o tabelião para identificar o interessado e registrar a decisão.
Em seguida, eles assinam digitalmente a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, o que faz valer juridicamente a vontade do doador.
A AEDO será emitida digitalmente em qualquer um dos mais de 8 mil cartórios de notas do país.
Confira todo o passo a passo detalhado
aqui.
Agilidade no processo
Mesmo com o novo sistema eletrônico, é muito importante que o doador comunique e converse sobre a decisão com os familiares.
Isso porque, conforme a lei brasileira, mesmo com essa formalização, o consentimento da família ainda é necessário para a realização da doação de órgãos e tecidos para transplante.
Também é importante destacar: se você tem um parente doador, respeite a vontade dele.
“Seja vida na vida de alguém”
A iniciativa marca a campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém”, do Conselho Nacional de Justiça e o Colégio Notarial do Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, 60 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos no Brasil.
Infelizmente, no ano passado, três mil pessoas morreram por falta de doação.
O novo sistema eletrônico pretende mudar essa realidade e deixar o processo mais fácil, rápido e seguro.