As proteínas Losac e Lopapa, encontradas no veneno da taturana de fogo, têm grande potencial no combate a doenças degenerativas.
Fotos: Reprodução/Instituto Butantan
Duas proteínas retiradas do veneno da taturana de fogo – lagarta Lonomia obliqua – podem ajudar na cicatrização e combate a doenças degenerativas. A descoberta é de pesquisadores do Instituto Butantan, de São Paulo. Por Vitor Guerra / SNB
O estudo considerado inovador e revolucionário saiu na revista científica Frontiers In Molecular Biosciences.
“Descobrimos que as proteínas impedem a morte celular. Losac, além de ativar o fator X da coagulação sanguínea, tem uma função neuroprotetora, enquanto Lopap, que ativa a protrombina, também induz a produção de moléculas de matriz extracelular, como colágeno e fibronectina, relacionadas a regeneração”, afirmou Ana Marisa Chudzinski-Tavass, diretora de Inovação do Butantan e uma das autoras do estudo.
“Descoberta revolucionária”
A farmacêutica-bioquímica Ana Marisa Chudzinski-Tavass, disse que a descoberta é revolucionária. Segundo ela, as perspectivas a partir destas pesquisas são bem positivas.
“Em modelos de células envolvidas em processo articular e de células que compõem os tecidos, como a pele, por exemplo, nós observamos o potencial regenerativo desses peptídeos, que foram capazes de regular genes envolvidos neste processo, bem como induzir a expressão de proteínas específicas.”
Para a cientistas, será possível realizar diversas aplicações por diferentes caminhos. De acordo com ela, a mais imediata é a formulação em que o peptídeo seja o insumo farmacêutico ativo.
Veneno que salva!
Segundo os pesquisadores do projeto, essas proteínas, chamadas de rLosac e rLopap, têm um grande potencial e podem ser usadas até mesmo para cicatrização e regeneração.
O veneno da taturana de fogo, ao longo do estudo, mostrou ser uma ferramenta no avanço científico para o combate de doenças degenerativas.