Pré-candidato também criticou o “Orçamento Secreto”, prometeu diálogo com os parlamentares e afirmou que vai trabalhar para “restabelecer a normalidade” nos três poderes
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Favorito nas pesquisas de intenção de votos para as eleições presidenciais de outubro, o ex-chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a falta de transparência do governo Bolsonaro e prometeu revogar todos os sigilos impostos pelo atual mandatário.
Em entrevista à Rádio Metrópole, nesta sexta-feira (1º), o petista atribuiu a “confusão” no Brasil a Jair Bolsonaro (PL), que segundo ele, “pegou a mania de qualquer bobagem que ele faz ele decreta um sigilo de 100 anos”.
Citando escândalos envolvendo o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL), o ex-assessor e amigo da família, Fabrício Queiroz (PTB), e o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello (Progressistas), Lula provocou: “Qualquer trambique que aconteça no governo é sigilo de 100 anos”.
“Por isso é que eu digo que vai ter um revogaço no meu primeiro dia de governo”, prometeu o pré-candidato. “Eu vou revogar todos os decretos de sigilo de 100 anos, porque não há possibilidade. Se o cara roubou, não tem que esperar 100 anos pra investigar, investiga agora. Faça como nós fizemos”, pontuou o ex-presidente, segundo o qual, em suas gestões os órgãos de controle como a Controladoria Geral da União eram competentes. “A gente tinha a Lei de Acesso à Informação, que a gente dava informação de tudo, as pessoas sabiam. A gente cuidava disso com carinho, a gente tinha a Lei da Transparência, então funcionava as coisas”, acrescentou.
“Se tivesse denúncia, a gente apurava. Se a pessoa estivesse errada, a pessoa pagava. É assim que se faz. Agora, qualquer coisa, qualquer denuncia que citam contra você, você decreta um sigilo de 100 anos? Onde é que nós vamos parar?”, questionou o petista.
ORÇAMENTO SECRETO E RELAÇÃO COM O LEGISLATIVO
Na mesma entrevista, Lula comentou a atuação do Congresso Nacional e apontou disfuncionalidade do governo federal, cujo orçamento foi sequestrado pelos parlamentares através das emendas e do chamado “Orçamento Secreto”. Para ele, a situação atual é fruto das escolhas políticas do último pleito, no qual Jair Bolsonaro saiu vencedor.