Mudança de comportamento repentina e medo são pistas importantes.
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Assim como qualquer outro adulto que tenha conhecimento de maus-tratos contra crianças e adolescentes, a babá também tem a obrigação legal de denunciá-los, ainda que seja só uma suspeita. O alerta é da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB-BA), e pode servir como parâmetro para evitar casos semelhantes ao que aconteceu com o garoto Henry Borel, de 4 anos, que morreu, supostamente, vítima de agressões do padrasto.
Para saber como identificar situações em que as crianças ou adolescentes estão sofrendo algum tipo de agressão ou abuso, é importante observar, principalmente, cinco aspectos que podem demonstrar que algo vai mal. Confira:
1. Comportamento
O principal sinal é a mudança repentina. Isso pode ser demonstrado com tristeza, medo excessivo, silêncio, mas também na agressividade e hipersexualização. A psicóloga voluntária do Centro de Defesa Criança e Adolescente da Bahia (CEDECA-BA) e cofundadora da clínica Afya Psicologia, Shirley Vasconcelos, explica que ainda que não conte diretamente, através da própria brincadeira a criança pode dar sinais de que está correndo risco. “É possível perceber também se a criança estiver regredindo no desenvolvimento sem indicativo de doença, por exemplo, deixar de falar, dificuldade para andar e demandar mais colo, maior dificuldade para se alimentar, por exemplo”.
2. Na hora de dormir
Outros sinais como alteração no sono e pesadelos recorrentes são mais alguns indicativos. “No entanto, é importante destacar que não só as babás, por estarem dentro da casa, podem perceber estes sinais. Vizinhos, por escutar as agressões e outros familiares são fundamentais no processo de identificação e denúncia das violências contra crianças e adolescentes no ambiente doméstico e familiar”, ressalta Shirley.
3. Medo
O medo – sobretudo, de pessoas específicas do convívio – é mais uma reação que deve ser considerada. “Temos, no país, muitos casos em que as crianças pediam para não serem levadas a determinadas casas e que não gostariam de ficar com algum familiar, mas, infelizmente, não foram ouvidas e isso resultou em violência e morte. Escutar as crianças é o principal meio para interromper um possível ciclo de violência”.