Ana Paula Niederauer * Estadão Conteúdo**Divulgação/Polícia Civil RS
Segundo delegado, jovens enterraram o corpo da vítima no fundo do quintal e colocaram uma casinha de cachorro sobre a cova improvisada
Uma menina de 12 anos e o namorado de 16 anos foram apreendidos na última sexta-feira (29), sob a suspeita de terem matado a mãe da garota, de 37 anos, por volta das 18h do dia anterior, na cidade de Pinheiro Machado, no interior do Rio Grande do Sul.
Segundo a Polícia Civil gaúcha, o corpo da mãe da menina foi encontrado em uma cova improvisada, no fundo do quintal da casa onde moravam, no dia seguinte à morte. O crime aconteceu no fim da tarde de quinta-feira (28). Na sexta, o jovem de 16 anos teria contado a um familiar, que chamou a Brigada Militar e acionou o Conselho Tutelar.
De acordo com o delegado Luís Eduardo Benites, de Pinheiro Machado, os adolescentes confessaram o crime. Eles afirmaram que a mãe e o namorado da filha tiveram um desentendimento. A vítima seria contra o relacionamento dos dois jovens.
"No depoimento do rapaz, ele conta que a mãe dela era contra o namoro e tentou agredi-lo com um facão. Ele disse que se defendeu e que a namorada apareceu com um martelo e que eles golpearam a cabeça da mãe no calor da emoção", explicou o delegado.
Perícia realizada no local do crime mostra, no entanto, indícios de crime planejado. De acordo com o exame, há sinais de que a vítima foi agredida na própria cama. O delegado contou que havia sangue sobre o travesseiro e alguns sinais de sangue nas paredes.
"Diante disso, pode ter uma outra possibilidade: que eles tenham matado a vítima enquanto ela estava dormindo. Então teria sido algo premeditado", explicou o delegado.
De acordo com o delegado, uma menina de seis anos, irmã da adolescente de 12, estava na casa na hora que ocorreu o crime. A criança ainda não foi ouvida e deve ter um depoimento em sala especial.
A adolescente de 12 anos foi encaminhada para a unidade feminina da Fase (Fundação de Atendimento Sócio Educativa) de Porto Alegre e o namorado de 16 anos foi levado para unidade de Pelotas (RS).
Segundo a Polícia, os jovens irão responder por fatos análogos aos crimes de homicídio qualificado e de ocultação de cadáver.