por Renée Pereira e Mônica Scaramuzzo | Estadão Conteúdo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O desmonte provocado pela Lava Jato no setor da construção virou oportunidade para empresas que até então não conseguiam disputar espaço com as gigantes do segmento. Apesar das incertezas sobre os rumos da economia e do turbilhão que afeta o mundo político, construtoras menores estão criando estratégias para ocupar o vácuo deixado pelas grandes empreiteiras, abatidas pelo maior escândalo de corrupção do País. A Racional Engenharia é uma das que estão de olho na virada do mercado - e na máxima de que é na crise que surgem as grandes oportunidades. "Foi assim nos últimos 46 anos", diz o presidente da companhia, Newton Simões. Criada em 1971, numa sala alugada no centro de São Paulo, a empresa focou seus esforços no setor industrial durante o regime militar. Ao longo do tempo, no entanto, diversificou a atividade em outros setores, como shopping centers e edificações (hospitais e hotéis, por exemplo), o que ajudou a empresa a resistir às inúmeras crises e mudanças de moedas nas últimas décadas. Hoje, com as principais empreiteiras no olho do furacão por causa da Lava Jato, a Racional quer apostar em obras de infraestrutura e criar um novo braço de negócios na empresa. A primeira experiência com o setor veio com a construção das obras no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais. Depois disso, a empresa estudou os quatro aeroportos que foram concedidos para a iniciativa privada neste ano e foi contratada pela suíça Zurich Airport para construir as obras em Florianópolis.