A queda de Marina Silva foi tão brusca quanto a ascensão. Após ficar 45 dias em segundo lugar nas pesquisas, a ex-senadora perdeu fôlego, foi superada por Aécio Neves e foi eliminada da disputa já no primeiro turno, numa das eleições mais surpreendentes desde a redemocratização.

Para especialistas ouvidos pela DW Brasil, a derrocada de Marina é fruto de uma conjuntura de fatores, como os ataques capitaneados por PT e PSDB, destinados a descontruí-la como candidata; as contradições de seu plano de governo; e a dificuldade de sua campanha de capitalizar o desejo de mudança de parte dos brasileiros.

“O tempo do PT na TV e rádio era muito maior, e a presidente Dilma Rousseff e seu partido elegeram Marina, e não Aécio, como alguém a ser batido. Houve uma desconstrução muito forte da imagem da pessebista por parte do PT”, diz o sociólogo Rodrigo Prando, do Mackenzie. “O PT usou de artilharia pesada, mas Marina ofereceu munição para ser criticada. Enquanto isso, Aécio não perdeu as esperanças e não desanimou.”

Munição para adversários
Cinco dias após a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto, Marina já aparecia à frente de Aécio na primeira pesquisa divulgada pelo Datafolha (21% contra 20%). Nas duas sondagens seguintes, alcançou o pico de 34%, para, a partir daí, começar a cair. No último domingo, teve apenas 21% dos votos válidos, patamar similar ao de quatro anos atrás, quando obteve 19%.