Uma conversa rápida com qualquer empresário de qualquer segmento da economia evidenciará uma demanda praticamente unânime: redução de impostos e mais incentivo para os setores produtivos. No pleito deste ano, 10 dos 11 candidatos à presidência apresentaram propostas para a tão aclamada Reforma Tributária.
E isso fica fácil de entender analisando um levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), publicado pela Agência Brasil: segundo a entidade, os 10% mais pobres da população utilizam 32% da renda para pagar impostos. Já os 10% mais ricos comprometem 21% dos rendimentos.
Por isso que, para o diretor da Brasil Price, Ronaldo Dias, a classe empresarial e a sociedade como um todo precisam levar em conta as propostas tributárias dos candidatos que foram para o segundo turno das eleições. “E não é só isso. É preciso avaliar a probabilidade das medidas serem implantadas e ficar atento para que o Governo depois não tente compensar algumas perdas com novas cobranças”, explica Dias.
Veja, resumidamente, o que os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) propõe sobre a Reforma Tributária:
Aécio Neves: defende uma reforma que simplifique o sistema tributário como forma de fortalecer a Federação, diminuindo, por consequência, o Risco Brasil e elevando a produtividade e geração de empregos. O candidato afirma que a redução de impostos deve beneficiar vários setores e ser estendida para as exportações. Outra medida é o aproveitamento dos saldos dos credores junto ao FISCO e criar um cadastro único para pessoas físicas e jurídicas.
Dilma Rousseff: Se reeleita, a candidata afirma que irá intensificar a desburocratização dos processos nos negócios, ampliando a simplificação tributária, redução dos custos financeiros e insumos. Dilma reforça que, durante seu mandato, o Governo criou condições para a redução das taxas de juros e manteve a rigidez da gestão fiscal. Ela ainda destaca a desoneração tributária da cesta básica, folha de pagamentos e redução nos custos de produção.
Apesar dos discursos, Ronaldo lembra que tudo ainda é muito vago nas propostas, pois o Governo não terá condições de mudar as regras tributárias por um simples ato de vontade, já que qualquer decisão depende do Congresso e dos Estados. “Mas um bom primeiro passo seria a redução nos gastos públicos, porque isso já possibilita uma redução na carga tributária”, aponta o diretor.
Outro foco precisa estar nas micro e pequenas empresas. O teto de faturamento de R$ 3,6 milhões está defasado há seis anos, sem correção, o que obriga muitas delas a conviver com uma burocracia do porte de multinacionais, e sem ter estrutura para isso. “O que se espera mesmo de ambos os candidatos é que consigam de fato atacar as causas do problema e não simplesmente seus efeitos, com benefícios direcionados a uma ou outra atividade”, finaliza Ronaldo. Foto: Portal R7 --Fonte: Singular Comunicação
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