Até há poucas semanas, a presidente Dilma Roussef ainda se dava ao luxo de tentar ensinar à chanceler Angela Merkel e até ao presidente Obama, a sua receita de sucesso para evitar a recessão e aquecer a economia, que é estimular o consumo e ativar a produção, mantendo uma política agressiva de redução de juros, renúncias fiscais, financiamentos baratos e de longo prazo, intervenção no câmbio, além de investimentos públicos na infraestrutura.
. Em 2008, na crise dos EUA, Lula foi a TV para defender mais consumo, surpreendendo o mundo.
. Acontece que desde as bravatas de Lula na TV, 2008, um pequeno número de economistas e de empresários, mas também líderes da oposição, alertaram para o esgotamento do modelo econômico nascido com o Plano Real. Um dos alertas mais agudos foi sobre a capacidade de pagamento dos consumidores.
. Esta semana, nesta sexta-feira, números da Serasa Experian sobre Demanda do Consumidor por Crédito, revelam que a quantidade de pessoas que procurou crédito em 2012 recuou 3,1%¨, a maior taxa desde que existe o índice, 2007.
. Também esta semana, a mesma Serasa Experian revelou que a inadimplência aumentou 15% no ano passado.
. São más notícias.
. O ambiente econômico interno não vai bem neste começo deste ano, porque a percepção corrente é de que a economia desacelerou para valer e além disto existem sombras turvas em relação a desindustrialização, aos preços e ao suprimento de energia. São três elementos
relevantes.
. Isto é visível a olho nu.
- No ano passado, o PIB cresceu apenas 0, 98%, muito próximo da recessão. Para este ano, o Boletim Focus, Banco Central, reestimou a previsão de crescimento do PIB, de 3,30% para 3,26%. Por Polibio Braga