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segunda-feira, 17 de março de 2025

Mulher mantida em cárcere privado usa bilhete e e-mail do próprio suspeito para conseguir pedir socorro

Detalhe também chamou atenção da Casa da Mulher Brasileira, que iniciou investigação junto à PM. 
Homem foi preso em flagrante e solto na audiência de custódia. PM informou que monitora situação.
Por Elessandra Amaral, g1 PR e RPC Curitiba

A mulher, de 23 anos, resgatada de cárcere privado em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba, usou o e-mail do marido para pedir socorro. Ele, que tem a mesma idade que a vítima, é suspeito de agredi-la e impedir que ela saísse de casa sozinha por pelo menos cinco anos, de acordo com a Polícia Civil (PC-PR). O nome dele não foi divulgado oficialmente.

O resgate ocorreu sete dias depois que o e-mail foi enviado, após uma investigação sigilosa.

A RPC teve acesso ao e-mail enviado às 7h05 da manhã do dia 7 de março, com o endereço em nome do homem.

"Me ajudem [...]. Eu sofro muita violência doméstica e não consigo ir até a delegacia. Eu estou sendo vigiada por câmeras 24 horas. Tenho um filho de quatro anos e quero sair de casa com meu filhinho. Ele vê tudo o que passo. [...] Me ajudem por favor", a vítima escreveu no e-mail.
Vítima usou o e-mail do marido, suspeito de agredi-la, para pedir ajuda. — Foto: Reprodução/RPC
Além da denúncia, ela também deu informações sobre onde estava e as orientações para que a ajuda chegasse até o local.

Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, Sandra Prado, coordenadora-geral da Casa da Mulher Brasileira em Curitiba, disse que o nome masculino no e-mail chamou atenção.

O pedido foi analisado por uma psicóloga, que entrou em contato com a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar (PM-PR), para iniciarem as investigações junto à Polícia Civil (PC-PR).

O major Gildo Cézar dos Santos Lima, comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM), disse em entrevista à RPC que o suspeito não ofereceu resistência quando foi abordado em casa, na sexta-feira (14).

Primeiro, a vítima negou ter feito a denúncia. Os policiais, então, pediram para que ela mostrasse o celular que usava e questionaram qual era o e-mail cadastrado no aparelho, sendo que a informações coincidiu com o endereço registrado pela Casa da Mulher Brasileira.

A mulher acabou relatando que sofria violência e era monitorada por uma câmera de segurança instalada na porta da residência. Ela disse que era agredida e amarrada para que não saísse de casa ou denunciasse.

O filho do casal, de 4 anos, também era mantido em cárcere privado, segundo a polícia, e foi resgatado junto à mãe. Leia tudo no g1.globo

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