Por Elson Andrade
Por Ipiaú Online
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O urbanista ipiauense, arquiteto Elson Andrade, nos traz nesta edição uma reflexão crítica sobre o sistema monetário-financeiro, descrevendo-o como um jogo de ilusão, prisão e prevalência de poucos sabidos sobre a maioria indefesa. A tal Economia Política. Confira!
Reprodução: blogunigranead.com
Reza a lenda, que um viajante chega numa pequena cidade e passa por um intrigante episódio que bem ilustra, de forma simples, e deixa claro o conceito da multiplicação do dinheiro, via circulação da moeda, na Economia duma cidade, por exemplo.
Imagine uma cidade onde os habitantes estão endividados e vivendo a crédito. Um viajante chega e paga adiantado a sua possível estadia no balcão da recepção do hotel, com uma nota de R$ 100 como caução, enquanto inspeciona o quarto, antes de decidir se ficaria ou não, hospedado naquele hotel.
O gerente, confiante e crente que o viajante sim, ficará hospedado em seu hotel, aproveita a oportunidade para já quitar sua dívida com o açougueiro, entregando-lhe a nota de R$ 100, recebida do viajante.
O açougueiro, por sua vez, utilizava o dinheiro para pagar o criador de porcos de quem comprava carne suína a crédito.
O criador de porcos, com a mesma nota em mãos, corre para quitar sua dívida com o veterinário que cuidara de seus animais.
O veterinário, então, dirige-se à casa da luz vermelha, e procura a parceira para quitar os serviços amorosos da moça, em haver, e saldar o que lhe devia.
A meretriz, por fim, vai até o hotel e paga a dívida que tinha pelas acomodações utilizadas anteriormente, com seus clientes.
Nesse momento, o viajante retorna à recepção do hotel em epígrafe, e decide então, não ficar hospedado, pega sua cédula original de R$ 100 de volta, e deixa a cidade.
E agora, como resolver essa reviravolta socioeconômica, contábil enigmática naquela cidade, antes, toda endividada? Quem ganhou e quem perdeu? Dado que as dívidas da cidade foram quitadas e o mesmo “dinheiro” que entrou saiu, em igual quantidade. Como explicar esse mágico fenômeno financeiro-contábil?
Fonte: Banco Central do Brasil
Moral da estória:
Embora ninguém tenha ganhado dinheiro novo, as dívidas vencidas foram quitadas, demonstrando como a circulação duma única moeda gera múltiplos dinheiros escriturais, contábeis, e pode enfim, “resolve” inúmeros e sucessivos passivos, além de estimular novos negócio na economia real duma cidade e/ou organização capitalista. Leia mais aqui
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