O achado foi apresentado na reunião anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA) nesta segunda-feira
Um estudo conduzido por cientistas do Instituto de Radiologia Mallinckrodt, da Universidade de Washington em St. Louis, revelou uma associação entre a gordura visceral — também chamada de “gordura oculta” — e o aumento de proteínas no cérebro ligadas ao desenvolvimento do Alzheimer, como beta-amiloide e tau. Por Correio Brasiliense / Extra Online
O achado foi apresentado na reunião anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA) nesta segunda-feira.
A pesquisa analisou 80 indivíduos de meia-idade, com idade média de 49,4 anos, que não apresentavam problemas cognitivos. Dentre os participantes, 57,5% eram obesos.
Utilizando tomografias cerebrais, ressonâncias magnéticas do corpo e avaliações metabólicas, os pesquisadores constataram que níveis mais altos de gordura visceral estavam associados a concentrações aumentadas das proteínas patológicas da doença de Alzheimer.
“Esse resultado crucial foi descoberto porque investigamos a patologia da doença de Alzheimer já na meia-idade, quando possíveis intervenções, como perda de peso e redução da gordura visceral, podem ser mais eficazes para prevenir ou retardar o início da doença”, explica Mahsa Dolatshahi, principal autora do estudo.
Além da relação entre gordura visceral e biomarcadores, os pesquisadores identificaram conexões entre maior resistência à insulina, menor colesterol HDL (conhecido como “bom”) e níveis elevados de beta-amiloide no cérebro.
A descoberta reforça a importância de mudanças no estilo de vida para combater a obesidade visceral, que pode afetar negativamente o fluxo sanguíneo cerebral, como evidenciado em outro estudo realizado pelo mesmo grupo.
“Quase três em cada quatro americanos estão com sobrepeso ou obesos. Sabendo que a obesidade visceral prejudica o cérebro, abre-se a possibilidade de que intervenções voltadas à perda de peso possam melhorar o fluxo sanguíneo cerebral e reduzir o risco da doença de Alzheimer”, afirma Cyrus A. Raji, coautor do estudo e professor do Instituto de Radiologia Mallinckrodt.
Os pesquisadores acreditam que intervenções precoces, incluindo alterações na dieta, exercícios e, em alguns casos, medicamentos, podem desempenhar um papel fundamental na prevenção do Alzheimer, especialmente considerando que a patologia da doença pode começar décadas antes dos sintomas clínicos aparecerem.
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