Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
Um jovem de 14 anos apenas, e uma vida toda pela frente, interrompeu sua trajetória, através do suicídio, por sofrer Bullying em uma escola particular de São Paulo.
Essa notícia triste, ocorrida na última semana, abriu novamente a discussão sobre a importância do cuidado, da prevenção e da conscientização em relação a esse ato criminoso no ambiente acadêmico.
A discriminação racial, a homofobia entre outros fatores absurdos, fizeram pano de fundo para o ataque a esse jovem negro, reforçando a necessidade de acolhimento e medidas protetivas e preventivas para combater o assédio e evitar desfechos tão dramáticos. O Bullying é um tipo de comportamento que pode ser configurado tanto como agressão física e verbal, quanto psicológica, atentando para a integridade de quem o sofre.
A vida escolar é um período de desenvolvimento psicológico, intelectual e físico de crianças e adolescente, carregado de nuances e emoções. É nesta fase que as alterações de comportamento, corpo e também de personalidade se acentuam e marcam a vida destes indivíduos.
Se considerarmos que a escola traz o aprendizado, o ensino e pode potencializar as relações interpessoais, podendo moldar o caráter, o respeito, a empatia e até alimentar as construções benéficas ou não, destas relações; podemos assim entender que o ambiente escolar é de suma importância no conjunto de aplicações psicológicas do ser humano.
Trazendo todas essas questões para a avaliação da influência do bullying e da violência no desenvolvimento de nossos jovens e crianças, podemos entender que, por ser um conjunto de atos de violência física e psicológica, de forma intencional e contínua, trazem sim grandes impactos na trajetória destes.
Deixando claro que, o Bullying pode ser configurado tanto como agressão física e verbal, quanto psicológica, atentando para a integridade de quem o sofre. Esse comportamento agressivo pode surgir de diversas maneiras. Muitas vezes o que pode parecer apenas um tipo de brincadeira, tem uma conotação camuflada da agressiva velada, através de atitudes graves que divergem da inocência, trazendo para essas crianças e adolescentes sérias consequências.
O Bullying afeta a saúde mental do indivíduo e seus efeitos podem ser curtos ou de longo prazo, diretos ou indiretos. O psicológico fica abalado e podemos observar que a criança ou o jovem que sofre o bullying pode apresentar sintomas de insônia, reações psicossomáticas, medo, angústia, insegurança, dificuldade de interação com o outro, déficit de atenção e, nos casos mais graves, pode apresentar sintomas depressivos de alta grandeza, desencadeando transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e, até levar ao suicídio.
Enfim, o jovem de 14 anos que faleceu em SP é mais um exemplo triste de que não se pode mais passar pano para casos de Bullying. Ao menor sinal de ataques e violência, providências devem ser tomadas, seja na escola ou fora dela. Não existe uma forma melhor de acabar com esta prática grave do Bullying que não seja pela conscientização, correção e também pela prevenção.
Fazer com que nossos jovens e crianças percebam que podem estar sofrendo essas agressões e que devem sim, denunciar e falar com seus professores, diretores e pais. Através deste cuidado e de muita orientação poderemos ver inibida essa violência. Não se pode negligenciar a proteção e até a punição para os casos, pois a vida importa e a saúde mental e física de nossas crianças está relacionada a construção de adultos mais equilibrados e saudáveis.
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