Filho "03" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deputado federal comparou docentes com traficantes de drogas em julho do ano passado
Foto: Alan Santos/PR
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está há seis meses sendo procurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para responder a uma queixa-crime por ter comparado o que chamou de “professores doutrinadores” a traficantes de drogas em julho do ano passado.
Em evento pró-armas, o parlamentar afirmou que “não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime” e que “talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo o tipo de relação”.
Em meio às dificuldades encontradas pela Suprema Corte para ajuizar a ação contra o parlamentar, a também deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) recorreu ao ministro Nunes Marques para que faça a citação por hora certa, determinando um horário para que o parlamentar receba a notificação judicial.
De acordo com o relatório do STF, a Corte tentou entrar em contato com o filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao menos, sete vezes. As oficiais dizem que receberam “informações desencontradas e imprecisas” dos funcionários do deputado e afirmam que nunca conseguiram ter acesso a ele nas “múltiplas diligências feitas em seu gabinete e nos plenários”, conforme informações do jornal Folha de S.Paulo.
Elas relatam que ouviram de funcionários de Eduardo diversas promessas de que ele estava prestes a chegar que nunca se concretizavam, além de sugestões para ficassem indo e voltando ao gabinete durante todo o dia ou que “aguardassem no corredor durante o dia todo até que ele aparecesse”.
“Cumpre explicar que aquele gabinete não possui sala de espera nem cadeira para terceiros”, diz o relato, que também descreve contradições entre os servidores, como o chefe de gabinete dizendo que o deputado não estava na Câmara enquanto outros membros do gabinete diziam que ele se encontrava na Casa
Em 16 de maio, Paulo Gonet, procurador-geral da República, recomendou a aprovação do pedido da parlamentar, diante das evidências de que Eduardo Bolsonaro tem tentado se esconder para não ser intimado. Relator do processo no Supremo, Nunes Marques ainda não se manifestou.
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