Por Folhapress
Foto: Reprodução / X
Um bombardeio que atingiu uma área próxima à sede do Crescente Vermelho na Faixa de Gaza matou ao menos 22 pessoas que buscavam abrigo no local, disse a ONG neste sábado (22). O Crescente Vermelho é o braço da Cruz Vermelha em países de maioria muçulmana.
A organização não disse de onde partiram os projéteis de artilharia, mas ataques com esse tipo de arma contra alvos em Gaza costumam ser realizados por Israel. De acordo com o Crescente Vermelho, o bombardeio também deixou 45 feridos e danificou a sede da ONG, que estava cercada de tendas e acampamentos provisórios de deslocados palestinos.
Os corpos e os feridos foram levados para um hospital de campo do Crescente Vermelho, que alertou que o número de vítimas ainda pode aumentar.
"Ao disparar projéteis tão perto de estruturas humanitárias, cuja localização ambas as partes do conflito conhecem e que estão identificadas com o emblema do Crescente Vermelho, vidas de civis e de trabalhadores [da organização] são colocadas em risco. Esse grave incidente é apenas mais um de muitos nos últimos dias", disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha em nota.
Também neste sábado, ao menos 42 pessoas morreram depois que um bombardeio israelense atingiu um campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza, de acordo com o escritório de mídia do governo local, controlado pelo Hamas.
Um bombardeio de Israel no campo de refugiados de Al-Shati matou 24 palestinos, e outros 18 foram mortos em um ataque contra casas do bairro Al-Tuffah. As Forças Armadas israelenses confirmaram que houve um ataque, mas disseram que ele teve como alvo "infraestrutura militar" na Faixa de Gaza.
Imagens obtidas pela agência de notícias Reuters mostram dezenas de palestinos correndo entre escombros de casas procurando por vítimas no campo de refugiados Al-Shati.
Desde o início do conflito atual, cujo estopim foi o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro que deixou 1.200 israelenses mortos, mais de 37 mil palestinos foram mortos em bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério de Saúde local.
A guerra já dura mais de oito meses e jogou toda a população do território palestino em uma grave crise humanitária, com mais de 1 milhão de pessoas passando fome, de acordo com a ONU.
Palestinos ouvidos pela Reuters disseram que tanques israelenses continuam a avançar contra a cidade de Rafah, onde a maioria da população deslocada de Gaza se refugiava até o início de maio, quando Tel Aviv iniciou sua operação contra a região.
Israel também bombardeou áreas ao redor de Rafah, forçando famílias que buscavam abrigo em zonas descritas pelo próprio exército israelense como sendo seguras a fugir para o norte. As Forças Armadas do país dizem que realizam "ataques precisos" na cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário