Pesquisador da Fiocruz afirma que "nas crianças de até dois anos de idade, os óbitos associados ao VSR superam aqueles associados à Covid"
Foto: Tchélo Figueiredo/Secom MT
O boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (11), mostra o crescimento da incidência do VSR (vírus sincicial respiratório), que afeta principalmente crianças, em todos as regiões do país.
Segundo os dados do boletim, os casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave) no país têm um sinal de leve crescimento nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) e de curto prazo (últimas 3 semanas).
O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.
A ocorrência de Srag por VSR em crianças de até dois anos supera a incidência de Srag associada ao Covid nessa faixa etária. A incidência de Covid afeta principalmente crianças e idosos, porém, em relação à mortalidade, a população com mais de 65 anos é a principal impactada.
Segundo Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, “nas crianças de até dois anos de idade, os óbitos associados ao VSR superam aqueles associados à Covid nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação viral do período”.
Ainda de acordo com a nota, 18 unidades federativas apresentam crescimento de Srag no longo prazo, são elas: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe apresentam crescimento apenas em crianças pequenas, o que pode ser mascarado pela queda na população adulta.
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