O documento de autoria do deputado Ricardo Silva (PSD-SP) já deve ser votado no máximo até esta terça-feira (10) na comissão
Foto: Divulgação
Finalizado nesta segunda-feira (9), o relatório da CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados sugere o indiciamento de 45 pessoas, dentre elas Ronaldinho Gaúcho, seu irmão, Assis, e sócios e outras pessoas envolvidas no caso da 123milhas.
O documento de autoria do deputado Ricardo Silva (PSD-SP) já deve ser votado no máximo até esta terça-feira (10) na comissão. Silva afirmou ainda que, além do relatório, de mais de 500 páginas, também há diversos documentos sigilosos, por exemplo com dados bancários, que serão enviados a autoridades como o Ministério Público e a Polícia Federal.
A sugestão de indiciamento de Ronaldinho Gaúcho no relatório afirma que ele cometeu os crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e operação de instituição financeira sem autorização. O mesmo é dito de seu irmão.
Já sobre os dois principais sócios da 123milhas, Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, o documento afirma que foram cometidas as práticas de estelionato, gestão fraudulenta, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O material diz respeito, dentro outros, ao caso de Ronaldinho Gaúcho, no qual ele afirma que, segundo dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), há “indícios de operações suspeitas”. Já o caso da 123milhas, segundo Áureo Ribeiro, motivou a sugestão de um projeto de lei para “reforço das penas envolvendo crimes com pirâmides”.
De acordo com o relator, também há propostas legislativas que visam impedir a negociação de milhas como era feito pela empresa. “Todo o sistema facilita fraudes”, afirmou Silva.
Também foram indiciadas uma série de pessoas ligadas aos sócios, como os familiares envolvidos na gestão do grupo. “São familiares que receberam, que transacionaram ou que tinham algum cargo de gerência nesse grupo que, para nós, é um grupo que cometeu muitos crimes”, disse Silva.
Procurada, a empresa disse que “nega veementemente que tenha atuado como pirâmide financeira ou que sua atuação possa sequer ser comparada à de uma instituição financeira”.
“É leviana ainda a afirmação de que sócios e parentes realizaram movimentações financeiras ilícitas ou ocultação de patrimônio, assim como as acusações infundadas sobre as condições financeiras da empresa nos últimos quatro anos. Seus balanços, declarações fiscais sempre foram transparentes, legítimos e regulares”, completou a 123milhas, por meio de sua assessoria de imprensa.
Ronaldinho Gaúcho foi procurado por meio de seu irmão, Assis, que é quem gerencia sua carreira e que também teve indiciamento sugerido pelo relatório. Não houve resposta até a conclusão desta reportagem.
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