Por João Pedro Pitombo | Folhapress
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta quinta-feira (12) a prisão e condenação de manifestantes bolsonaristas que participaram dos episódios que resultaram na invasão e da depredação das sedes do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso Nacional e Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
Em discurso em uma feira agropecuária em Chapecó (SC), Bolsonaro questionou as condenações, as prisões e medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleira eletrônica que foram impostas pela Justiça aos manifestantes que foram detidos após as manifestações.
"Esperamos que isso seja desfeito brevemente, que essas pessoas fiquem livres dessa tornozeleira, bem como aquelas que foram condenadas a até 17 anos de cadeia fiquem livres dessa pena. Alguns poucos acham que me calando, calam a nação. Não, ao longo de quatro anos nós, juntos, plantamos as sementes."
O ex-presidente contemporizou a ação os manifestantes, afirmando que "alguns erraram ao invadir um prédio público", mas criticou as condenações na Justiça com penas que chegam a 17 anos.
"Nós devemos, se queremos viver numa democracia, [devemos] respeitar a lei, o devido processo legal e individualizar a conduta de cada um. E não ao querer fazer justiça, cometer uma grande injustiça com o nosso país. Se eu continuasse na Presidência, pode ter certeza que isso tudo não teria acontecido", afirmou.
Ele ainda classificou a imposição do uso de tornozeleira eletrônica pelos réus como "algo que realmente choca pela violência, pela maldade como trataram essas pessoas."
O próprio ex-presidente é investigado por sua ligação com os ataques golpistas e prestou depoimento sobre o assunto em abril.
Sem citar o resultado das eleições, quando foi derrotado por Lula (PT), Bolsonaro disse nesta quinta que "ganhar ou perder faz parte da vida de quem disputa". Pediu ainda resiliência aos seus apoiadores e, sem fazer referência ao atual presidente, disse que o futuro do Brasil passa pelas mãos de todos e não de uma pessoa só.
"Passará esse momento, tenho certeza que brevemente o país voltará à sua normalidade", afirmou Bolsonaro, sendo saudado por apoiadores.
Ainda no discurso, prestou solidariedade à população de Israel, que iniciou uma guerra no último sábado (7) após sofrer ataques do grupo terrorista Hamas. "Não aceitamos o terrorismo, não aceitamos ditadura. Nós somos o bem."
Bolsonaro desembarcou nesta quinta-feira em Chapecó, onde participou de reuniões com aliados e seguiu para a feira. No evento, foi acompanhado pelo governador Jorginho Mello (PL) e pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ambos seus apoiadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário