Na mesma aula online, o ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL) também elogiou medidas do PT
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-ministro Paulo Guedes minimizou a ditadura militar e associou o regime a um modelo conservador de governo em uma das aulas do curso Macroeconomia e Portfolio Manegement, criado em parceria com o youtuber Primo Rico. Na mesma aula online, o ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL) também elogiou medidas do PT, como o Bolsa Família.
“Tinha aspectos de uma ditadura, mas ao mesmo tempo o Congresso estava aberto, funcionou o tempo inteiro. Então, havia uma classe política, de certa forma, legitimando o que estava acontecendo. Ordem política muito imperfeita, mas estavam lá os congressistas todos assinando os atos dos militares”, afirmou durante o curso.
O Congresso, contudo, foi fechado três vezes ao longo das duas décadas dos militares no poder, segundo o site da Câmara dos Deputados, que classifica o regime militar brasileiro como uma ditadura.
Guedes evitou falar sobre tortura e mortes e afirmou que o regime militar “tinha censura, prisão e atos de força militar, mas tinha também um Congresso funcionando, meios de comunicação, que sofriam censura, mas também estavam funcionando”.
O ex-ministro da Economia, porém, defendeu a democracia e o bom funcionamento das instituições como fundamentais para o crescimento da economia. E disse que a cooperação entre democracia e mercados é fundamental para a civilização humana.
Segundo Guedes, durante o período que ele próprio chamou de redemocratização, após o regime militar, o Brasil automaticamente saltou para um outro lado do espectro político, passando do conservadorismo para um regime com um aspecto mais socialista. O ex-ministro afirma que foi a esquerda, em seus “diversos tons”, que comandou esse processo de volta à democracia no país.
O economista afirmou que essa nova força política do Brasil, contudo, não tinha lucidez sobre a importância do capital institucional para se alcançar um regime fiscal sustentável, um regime monetário que preservasse o poder de compra da moeda, ou seja, um Banco Central independente para controlar a inflação, assim como para ter um regime de acordos internacionais que abrissem a economia do país.
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